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GESOM lança movimento para “salvar a rádio” em Manica, mas presidente do município refuta risco de demolição


Sérgio Silva, coordenador-geral do Grupo de Educação Social de Manica (GESOM), Chimoio, Moçambique
Sérgio Silva, coordenador-geral do Grupo de Educação Social de Manica (GESOM), Chimoio, Moçambique

Município diz que rádio é de todos e continuará a funcionar

O Grupo de Educação Social de Manica (GESOM) lançou nesta terça-feira, 7, um movimento para “salvar a rádio” comunitária sob sua gestão, que luta para impedir a execução de uma ordem municipal que, segundo os seus responsáveis, pode paralisar um dos primeiros projetos de rádio, implantados pela UNESCO em Moçambique, no ar há 21 anos.

O presidente do Conselho Autárquico de Chimoio, João Ferreira, garante que o plano em curso para demolição parcial das infraestruturas não afetará a emissora.

GESOM lança movimento para “salvar a rádio” em Manica, mas presidente do município refuta risco de demolição
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O coordenador-geral da GESOM, Sérgio Silva, que falava numa conferência de imprensa em nome do movimento, com várias organizações sociais, defende que “é crucial salvar a rádio”, para manter a independência editorial e o pluralismo de opinião comunitária.

“Esta rádio não é só uma rádio comunitária, mas também é uma rádio municipal, então uma requalificação municipal não pode ser motivo de demolição” de uma estação emissora e de outros edifícios históricos, insistiu Sérgio Silva.

João Ferreira, Conselho Autárquico de Chimoio, Manica, Moçambique
João Ferreira, Conselho Autárquico de Chimoio, Manica, Moçambique

Para o também fotojornalista há 40 anos, entende que o Conselho Autárquico de Chimoio (CAC) deve garantir que a rádio continue a servir as comunidades, sem interferência na sua independência editorial, com “as ameaças de demolição”, atribuindo um outro espaço para o seu funcionamento.

“Precisamos de garantias escritas do Conselho Autárquico de Chimoio, que não nos vão incomodar mais com essa demolição”, disse Silva, justificando que essa rádio serve as comunidades e ao município.

A medida de demolição, segundo apurou a Voz da América, enquadra-se na requalificação do espaço urbano, que prevê substituir as infraestruturas do recinto da antiga Feira Popular de Manica (FEPOM) por um centro comercial, ao abrigo de uma parceria público-privado.

Entretanto, o presidente do Conselho Autárquico de Chimoio admitiu que há um plano em curso para demolição parcial das infraestruturas, que apenas abrangeria o centro multimédia, o que não coloca em causa a paralisação da rádio.

“Nunca foi questão de ser destruída a rádio, tem um pequeno compartimento, em que eles devem sair desse compartimento para o outro, mas não é o sítio onde está a rádio propriamente dita e nem o lugar onde está a antena. Então nunca foi questão de parar completamente a radio”, disse João Ferreira, em conferência de imprensa.

O autarca assegurou que o município sempre apoiou a rádio, que presta um serviço de qualidade para as comunidades, tanto que submeteu uma proposta, chumbada pelo Assembleia Municipal, para desembolsar verbas mensais para o funcionamento da rádio.

João Ferreira revelou que o município respondeu a uma petição da Procuradoria de Manica sobre o assunto e espera que nos próximos dias o assunto seja encerrado.

A feira, onde funcionam as instalações da Rádio, foi uma referência nacional da maior exposição agropecuária e industrial, que juntava anualmente empresários nacionais e estrangeiros para exporem vários produtos agrícolas.

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