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"Fui movido pela compaixão", diz professor detido em Luanda por organizar marcha de alunos para pedir carteiras


Professor Diavava Bernardo, Luanda
Professor Diavava Bernardo, Luanda

Diavava Bernardo afirma sentir-se feliz ao ver o Governo dotar a escola de carteiras.

Uma semana depois de ter sido detido por organizar uma marcha com 300 alunos para exigir carteiras na escola em que ensina no município de Viana, em Luanda, o professor Diavava Bernardo diz ter retomado as aulas.

Ele afirma que os estudantes receberam-no com alegria e sente-se satisfeito por ver o Governo fazer alguma coisa em prol da educação.

Professor que liderou manifestação de alunos fala à Voz da América – 2:23
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Entretanto, Bernardo lembra estar a enfrentar quatro processos.

Sem responder a questões referentes à justiça, em exclusivo à VOA afirma que teve de redobrar esforços em prol da sua segurança.

O coronel Bernardo diz não ter pensado nas várias acusações, que agora pesam contra si, incluindo faltas, mas sente-se feliz ao ver o Governo dotar a escola de carteiras.

“Fui movido pela compaixão. Na verdade é doloroso para mim, enquanto docente, ver os meninos sentados no chão e as meninas também enfrentarem o risco de contraírem uma infecção. Aquilo partia-me o coração sempre que cruzava o portão da escola”, conta o docente que explica que “queríamos apenas ser ouvidos, sem nenhum alvoroço, para conseguirmos aquilo que é necessário para a aprendizagem”.

O professor reconhece que fica “triste com as acusações” e confirma que foi agredido porque “é um facto público que não podemos ocultar”.

Diavava Bernardo foi acusado por organizar uma marcha não autorizada e por danos materiais, alegadamente por destruição de carteiras na escola.

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