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Frelimo procura reafirmação a braços com escândalos de corrupção


Cartaz da FRELIMO no tronco de uma árvore. Niassa, Moçambique
Cartaz da FRELIMO no tronco de uma árvore. Niassa, Moçambique

O Comité Central da Frelimo, reune-se a partir desta sexta-feira, 3, numa sessão que deverá ser dominada pela eleição de governadores provinciais e pela necessidade de reafirmação política do partido, abalado por sucessivos casos de corrupção.

Frelimo procura reafirmação a braços com escândalos de corrupção
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Alguns sectores acreditam que, num ano eleitoral, marcado pela realização, pela primeira vez, da eleição de governadores provinciais, exigida pela Renamo no diálogo político com o Governo, este seja um dos principais temas de debate no encontro do Comité Central da Frelimo, o órgão de decisão entre congressos.

Esta eleição vai ser determinante na trajectória do processo democrático moçambicano, sendo que a Frelimo quererá fazer dela uma vitória que mostre a sua relevância na democratização do país e na liderança dos processos.

Afronta de Samito

Outro tema importante tem a ver com o caso Samora Machel Júnior, Samito, que exige a abertura de um processo disciplinar contra o Presidente do Partido, Filipe Nyusi, por ter inviabilizado a sua candidatura à cabeça de lista da Frelimo à presidência de Maputo.

Caifadine Manasse, porta-voz da Frelimo, reagiu à exigência, afirmando tratar-se de uma "afronta à liderança do partido", por parte de Samora Machel júnior.

Entretanto, o professor Clávio Manuel não acredita que o caso Samito seja um assunto direccionado para o debate dentro do Comité Central, devendo aparecer como parte do debate global à volta da purificação da própria Frelimo, a braços com vários casos de corrupção envolvendo alguns dos seus membros.

"Penso que isso é que vai merecer particular atenção do Comité Central, na medida em que coloca à prova a capacidade de purificação e reforço da Frelimo", considerou Clávio Manuel.

Alianças e dívidas ocultas

Acrescentou ser nesse âmbito que se poderá enquadrar também o caso Celso Correia, ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, que em conversa com a secretária particular do antigo Presidente Armado Guebuza, Inês Moiane, revelou como afinal funciona o Governo da Frelimo nos bastidores; as alianças, desentendimentos e as transações que os altos funcionários do Estado receberão nas transações comerciais.

Na conversa, vazada pelo jornal Canal de Moçambique, Celso Correia teria assumido tratar-se de uma prática comum nos negócios do Estado e que ele próprio teria recebido 30 milhões na transação da barragem de Cahora Bassa

A questão das dívidas ocultas deverá ser discutida também nesta sessão do Comite Central da Frelimo, até como forma de melhorar a imagem do partido perante o eleitorado.

Tal como sublinham alguns analistas, perante este escândalo que mostra o quanto o partido está afectado pela corrupção, o Comité Central vai ter que tomar uma posição clara, que não seja apenas ao nível de retórica.

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