O Presidente moçambicano Filipe Nyussi retomou esta sexta-feira, 10, em Gaza, sul de Moçambique, as presidências abertas do seu antecessor Armando Guebuza, duramente criticadas pela sociedade civil por serem bastante dispendiosas.
Esta é a primeira visita de trabalho a uma província que Nyussi realiza desde que tomou posse em Janeiro passado, apesar de anteriormente ter feito deslocações, vistas como estando relacionadas com o factor interno da Frelimo e com a necessidade de se afirmar como Presidente do país.
Gaza, cuja capital Xai-Xai dista cerca de 250 quilómetros de Maputo, é a província mais empobrecida, não dotada de aeroporto nem de porto, apesar de possuir uma extensa costa marítima.
Em praticamente todos os pleitos eleitorais, Gaza votou sempre na Frelimo e nos seus candidatos. Na actual legislatura, nenhum Partido da oposição conseguiu eleger deputado na província.
O investigador do Centro de Integridade Pública(CIP) Lázaro Mabunda diz que nada tem contra as visitas de quem quer que seja, desde que não sejam bastante dispendiosas.
Mabunda relaciona a visita do Presidente Nyusi a Gaza com a necessidade de agradecer o voto que as populações locais depositaram nele e na Frelimo.
"O Presidente Nyussi quer acarinhar Gaza porque é a província que desequilibra em termos eleitorais", disse Lázaro Mabunda.
O analista político Laurindos Macuacua por seu lado, afirma que se a mensagem que Filipe Nyussi leva às províncias for a mesma do antigo estadista moçambicano Armando Guebuza, estas presidências abertas não fazem sentido, sublinhando que, em vez de visitar as províncias, "o Presidente Nyussi devia ocupar-se mais com a questão da paz, incluindo o diálogo com Afonso Dhlakama".