Um dia após a morte do Presidente do Chade, Idriss Deby, o seu filho, o general Mahamat Idriss Deby Itno, de 37 anos, foi nomeado chefe do Conselho Militar que vai governar o país nos próximos 18 meses.
Deby morreu no campo de batalha, a 20 de Abril, quando se juntou à luta contra o grupo rebelde Frente para a Alternância e a Concórdia no Chade (FACT).
Os rebeldes, com base na Líbia, no entanto, já anunciaram que caminham em direcção à capital, N’Djamena.
“Chade não é uma monarquia, não pode haver transição dinástica de poder no nosso país”, afirmou o grupo em comunicado.
Um dia antes da morte de Deby, ele havia sido declarado o vencedor da eleição presidencial de 11 de Abril do Chade com 79% dos votos, o que lhe permitia exercer um sexto mandato.
A maioria dos partidos da oposição boicotou a eleição, após denunciar prisões e a impossibilidade de fazer comícios por decisão do Governo.
Após a tomada de poder pelo filho de Deby Itno, os principais partidos de oposição denunciaram o que chamaram de "golpe de Estado institucional".
Quase 30 "partidos políticos da oposição democrática pedem a instauração de uma transição liderada por civis através de um diálogo inclusivo", de acordo com um comunicado publicado nesta quarta-feira.
Idriss Deby chegou ao poder num golpe militar em Dezembro de 1990, sendo assim um dos mais antigos governantes no poder em África até à sua morte.
Os opositores consideravam-no um autocrata e criticaram a sua gestão das receitas do petróleo do país.
Em 2008, uma força rebelde chegou a N’Djamena e esteve perto de derrubar Deby até que o exército francês ajudou as forças locais a expulsar o grupo da capital.
No ocidente, entretanto, Deby era visto como um aliado importante na luta contra grupos extremistas islâmicos na África Ocidental e no Sahel, como o Boko Haram, na Nigéria.
Na segunda-feira, o exército chadiano disse ter morto mais de 300 soldados rebeldes das FACT antes de anunciar a morte de Idriss Deby, ferido em combate.
A oposição, no entanto, fala em golpe militar contra Deby.