A filha do antigo Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, pediu perdão pelos comentários racistas feitos pelo pai numa conversa mantida com o então Presidente Richard Nixon, na qual referiu-se a líderes africanos como “macacos”.
"Não há defesa, nem racionalidade, nem explicação adequada para o que meu pai disse naquela conversa telefónica gravada", escreveu Patti Davis num artigo de opinião publicado no jornal The Washington Post na quinta-feira, 1.
Davis acrescentou que "não estava preparada para ouvir o pai fazer tal afirmação”.
Uma gravação divulgada no início do mês pelo Arquivo Nacional e pela Biblioteca e Museu Presidencial Richard Nixon, e publicada na terça-feira, 30, pelo antigo director do instituto Tim Naftali na revista The Atlantic, de uma conversa entre Ronald Reagan, então governador da Califórnia, e o ex-presidente Rochar Nixon e na qual Reagan chamou de macados dirigentes africanos depois de terem votado a favor da China numa disputa pela soberania de Taiwan, provocou muitas reacções nos Estados Unidos.
A conversa aconteceu em 1971 depois de integrantes da delegação da Tanzânia, que votaram a favor de uma resolução da ONU a reconhecer o representante de Pequim como único representante legítimo chinês, negando a legitimidade de Taiwan, terem começado a dançar na Assembleia Geral.
Na conversa Reagan disse: “Vou te dizer, noite passada, assistir àquilo na televisão, como eu assisti, ver aqueles, aqueles macacos, daqueles países africanos. Malditos sejam! Ainda estão desconfortáveis com calçados”.
O Presidente Nixon riu-se muito durante a conversa, tendo respondido “ Foi como se o rabo abanasse o cachorro, não foi?”.
Naftali, que é professor na Universidade de Nova Iorque, disse que a parte da gravação com os comentários de Reagan foi inicialmente retida para proteger a sua privacidade.