As investigações às contas da Sonangol e do Fundo Soberano de Angola
podem ficar comprometidas por falta de quadros capacitados no órgão
responsável pela fiscalização da legalidade no pais.
O Procurador-Geral da República de Angola (PGR), que fez esta revelação à
margem da cerimónia de abertura do ano judicial, disse que vai contar
com o apoio da sociedade civil e dos serviços existentes para levar
avante o inquérito à gestão da Sonangol, devido à falta de quadros
capacitados para tal tarefa.
Hélder Pitta Grós admitiu que tem de dar formação aos magistrados,
para que possam lidar com casos como o da Sonangol, em que estão a ser
investigadas alegadas transferências irregulares durante a gestão de
Isabel dos Santos.
Recentemente, a PGR anunciou que foi instaurado um inquérito para investigar a denúncia pública da actual administração da Sonangol sobre as transferências monetárias alegadamente irregulares durante a gestão de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola.
O procurador angolano disse, por outro lado, que os resultados desse
inquérito serão anunciados, mas apenas quando houver a certeza das
coisas, com uma certa segurança, para não se colocar em causa o bom
nome das pessoas.
Sobre o inquérito ao Fundo Soberano de Angola, quando era presidido
por José Filomeno dos Santos, também filho de José Eduardo dos Santos,
Hélder Pitta Grós disse que a situação é a mesma que a da Sonangol.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o jurista Domingos João e o coordenador da rede angolana contra a pobreza urbana, Willy Piassa.
O coordenador da rede angolana contra a pobreza urbana é de opinião que
a falta de uma estratégia de formação de quadros, durante os últimos
anos, sustenta esta afirmação do Procurador-Geral da República.
Willy Piassa defende uma solução judicial, mesmo que seja necessário a
intervenção do governo angolano.