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EUA e UE preparam-se para impor sanções à Rússia


Os chefes de diplomacia europeus vão analisar a situação na Ucrânia, em conselho a realizar esta segunda-feira, 17, e eventualmente decidir se aplicam sanções económicas contra a Rússia,

"Os EUA não reconhecerão o resultado" do referendo, que está a decorrer na Crimeia, disse John Kerry antes do fecho das urnas e pediu que a Rússia apoie as reformas constitucionais pretendidas pela Ucrânia e faça regressar os seus soldados às bases militares.

O secretário de Estado norte-americano falou ao telefone com o seu homólogo russo Serguei Lavrov hoje de manhã e voltou a afirmar o carácter ilegal do referendo.

John Kerry "deixou claro que esta crise só pode ser resolvida politicamente" e que com os ucranianos a avançarem com as necessárias medidas, reciprocamente a Rússia deve ordenar que as forças militares voltem às suas bases, referiu o departamento de Estado.

Mais tarde, depois de conhecido os resultados, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, emitiu um comunicado em que reitera: "Como os Estados Unidos e nossos aliados deixaram claro, a intervenção e aviolação da lei internacional trarão aumentos de custos para a Rússia, não apenas devido a medidas impostas pelos Estados Unidos e nosso aliados, mas também como resultados directos das acções de desestabilização da própria Rússia”.

Por seu turno, o presidente da Comissão Europeia Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy divulgaram um comunicado conjunto no qual afirmam que “o referendo é ilegal e ilegítimo e o seu resultado não será reconhecido”.

Barroso e Van Rompuy consideram que "a solução para a crise na Ucrânia" passa por "processos diplomáticos" e deve incluir "discussões diretas" entre Moscovo e Kiev.

Os dois líderes recordaram que os 28 Estados-membros da União Europeia (UE) consideraram que o referendo "é contrário à Constituição da Ucrânia e ao direito internacional".

Com uma "condenação enérgica" da Rússia por ter violado a soberania a integridade territorial da Ucrânia, os dois líderes europeus instam Moscovo a retirar os efectivos militares que destacou para a região.

Os chefes de diplomacia europeia vão analisar a situação na Ucrânia, em conselho a realizar esta segunda-feira, 17, e eventualmente decidir se aplicam sanções económicas contra a Rússia, entre as quais o congelamento de contas e proibição de viajar para o espaço comunitário.

As autoridades autónomas da Crimeia convocaram o referendo de hoje na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro, após três meses de violentos protestos em Kiev, liderados pelas forças da oposição.

Depois da queda de Ianukovich, forças apoiadas pela Rússia assumiram o controlo da península do Sul da Ucrânia, transformada no foco do mais grave conflito entre Leste e Ocidente, desde o final da Guerra Fria.
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