O primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, declarou, hoje, um estado de emergência de seis meses no país, para restaurar a ordem depois de semanas de protestos.
Tais manifestações, reporta a Reuters, resultaram em mortes e danos em fábricas maioritariamente estrangeiras e campos de cultivo de flores.
Na semana passada, os manifestantes também destruíram dezenas de veículos, somando baixas económicas a um crescente número de mortes numa onda de agitação sobre a usurpação de terras e direitos.
"Um estado de emergência foi declarado, porque a situação representava uma ameaça contra o povo do país", disse Hailemariam, na televisão estatal.
Ele justificou que "o estado de emergência é vital. É essencial para restaurar a paz e a estabilidade ao longo de um curto período de tempo".
O dirigente acrescentou que a coligação no poder, Frente Democrática Revolucionária do Povo da Etiópia, está a trabalhar em reformas e tem planos de realizar conversações com partidos da oposição.
As manifestações iniciaram na região de Oromiya, em 2015, em torno do direito a terra. Agora, as exigências incluem inclusão política, económica e cultural.
Organizações dos direitos humanos dizem que mais de 45 pessoas morreram nas manifestações desde 2015.
No último domingo, pelo menos, 55 pessoas foram mortas durante tumultos depois de a polícia ter lançado gás lacrimogénio e disparado para o ar para dispersar manifestantes.