Os Estados Unidos dizem estar a acompanhar a situação política na Bolívia e pedem que as lideranças civis mantenham o país sob controlo, após a demissão do Presidente Evo Morales.
“É crucial que a liderança civil constitucionalmente concebida mantenha o controlo durante a transição”, afirmou uma fonte do Departamento de Estado, que pediu o anonimato, nesta segunda-feira,11.
O mesmo funcionário disse que Washington pede “a todos que se abstenham de violência durante esse período tenso” e acrescentou que os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus “parceiros internacionais para garantir que a democracia e a ordem constitucional da Bolívia prossigam”.
México e Brasil com posições contrárias
Noutras reacções, o Governo do México afirmou que reconhece Evo Morales como Presidente “legítimo” da Bolívia e denunciou que a sua renúncia se deve a um “golpe” dado pelo Exército, o que classificou como um grave retrocesso para a região.
O chefe da diplomacia mexicana, Marcelo Ebrard, disse que o Governo do Presidente Andrés Manuel López Obrador não reconhecerá um Executivo de caráter militar na Bolívia.
“É um golpe porque o Exército pediu a renúncia do Presidente e isso violenta a ordem constitucional do país”, afirmou Ebrard numa coletiva de imprensa com López Obrador.
“A postura que o México definiu no dia de hoje é de reivindicar, pedir respeito à ordem constitucional e à democracia na Bolívia”, acrescentou o chefe da diplomacia, que vai pedir uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), a qual acusou de permanecer em silêncio diante do “pronunciamento militar e das operações policiais”.
Por seu lado, o Governo brasileiro considera que a renúncia de Morales não representa um golpe.
“A tentativa de fraude eleitoral massiva deslegitimou Evo Morales, que teve a atitude correcta de renunciar diante do clamor popular. Brasil apoiará transição democrática e constitucional. Narrativa de golpe só serve para incitar violência”, disse o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
De acordo com o Itamaraty, a posição do chefe da diplomacia divulgada no Twitter, assim como o texto do Presidente Jair Bolsonaro na mesma rede social contêm a posição do Brasil sobre a questão boliviana.