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Estados Unidos: Cinco anos depois da espiral económica descendente


Presidente Barack Obama conversa com porta-voz da Camara dos Representantes, o republicano John Boehner
Presidente Barack Obama conversa com porta-voz da Camara dos Representantes, o republicano John Boehner

Registou-se grande progresso na recuperação económica norte-americana, mas há muito caminho a percorrer

Barack Obama assinalou o quinto aniversário da crise financeira nos Estados Unidos afirmando que já se conseguiu grande progresso na recuperação da economia norte-americana cinco anos depois do seu colapso. Mas que mais precisa de ser feito.
Há cinco anos a economia norte-americana era assim: Uma economia que perdia centenas de milhar de postos de trabalho, bancos proprietários de hipotecas de alto risco, milhões a perderem as suas casas por não conseguirem pagar as prestações, e a indústria automóvel à beira do colapso.
Era uma espiral descendente que começou em Setembro de 2008 com a bancarrota e o colapso da Lehman Brothers, seguido de injecções de dinheiro em outras companhias financeiras consideradas demasiado grandes e importantes para desaparecerem.
E assim se iniciou a pior recessão desde a grande Depressão.
Quando Obama chegou à presidência em Janeiro de 2009, o sistema financeiro estava perto da derrocada.
Obama passou grande parte do seu primeiro mandato a por em prática um pacote de estímulo aprovado pelo Congresso para a indústria automóvel. Hoje fazendo o balanço diz que “colocamos as pessoas a reparar estradas e pontes, para manter os professores nas nossas salas de aula, os trabalhadores dos serviços de socorro nas nossas ruas. Ajudamos proprietários imobiliários responsáveis a renegociar os seus empréstimos para que mais deles pudessem manter as suas casas. Ajudamos a iniciar o fluxo de crédito para que mais pequenos negociantes pudessem manter as suas portas abertas. Salvamos a indústria automóvel.”
Outras medidas incluíram a redução dos impostos da classe media e pequenos negócios, a reforma do sistema financeiro, e foi criado o Gabinete de Protecção Financeira do Consumidor.
Mas a economia dos Estados Unidos continua a fazer face a grandes desafios.
Como o crescente fosso nos rendimentos, como Obama notou: “Apesar de se estarem a criar postos de trabalho, e das empresas terem exibido lucros enormes, no ano passado 1% dos americanos no topo levaram para casa 20% do rendimento nacional, enquanto o trabalhador médio não tem visto um aumento. De facto a situação é pior do que isto. A maior parte dos ganhos foram parar às mãos desse 1% de americanos no topo (da escala económica).”
Os opositores republicanos de Obama no Congresso rejeitaram a maior parte das propostas do presidente para que fosse aprovado novo pacote de estímulos e uma reforma fiscal.
A atmosfera política negativa em Washington, com um Congresso dividido, promete mais conflito.
Os republicanos ameaçam afundar a lei de reforma do sistema de saúde do presidente Obama o que pode provocar o encerramento do governo, e avizinha-se uma nova batalha sobre o aumento do tecto da divida governamental, algo que Obama afirma não ser negociável. Ele considera que as prioridades orçamentais dos republicanos colocariam a economia americana em risco
“Será que alguns deles estão tão reféns da ala extrema do seu partido que estão dispostos a afundar toda uma economia, só porque não conseguem fazer prevalecer a sua posição neste assunto? Estão eles dispostos a prejudicar o povo apenas para arrecadarem vitórias políticas?”
O governo deixa de ter autoridade para gastar no dia 30 deste mês. Obama por seu lado vai concentrar a sua atenção na economia. E o Congresso vai passar as próximas duas semanas a redigir novo orçamento.
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