Especialistas angolanos estão divididos quanto à decisão do presidente Eduardo dos Santos de nomear um grupo de trabalho para a diversificação e aumento das exportações tenha algum impacto prático.
O chefe de Estado angolano entregou ao vice-presidente da República, Manuel Vicente, a coordenação do grupo de trabalho para a execução da estratégia para a diversificação e aumento das exportações.
O grupo integra ainda oito ministros do executivo.
Mas o economista e professor universitário Faustino Mumbica questiona o “timing” da medida, numa altura em que o mandato do executivo está praticamente no fim.
"Se de um lado não são as comissões que resolvem este tipo de problema, por outro os ministérios deveriam ser competentes para que ao longo do mandato tivessem desenvolvido iniciativas no sentido da diversificação das exportações, e a esta altura caberia apenas fazer o balanco", disse.
Mumbica considera que esta medida vem dar razão às críticas segundo as quais a questão da diversificação da economia não passava de discursos.
Contudo Jose Severino da Associação Industrial Angolana pensa ser uma medida que veio na altura certa.
"Acho ser uma medida pertinente, porque os recursos cambiais são escassos e o que notamos é que há iniciativas que se colocam umas em cima de outras”, disse.
Para Severino “é preciso uma coordenação e se me perguntarem em fim de mandato do executivo é oportuna, eu diria que sim, pois se há necessidade de melhorar o sistema deve fazer-se, porque a vice-presidência não acaba e os ministérios também não acabam, a vida continua", acrescentou
Outro especialista, Galvão Branco, entende que a medida não trará alterações substanciais ao problema da diversificação.
"Não me parece que esta medida venha a alterar os pressupostos estratégicos que sustentam o desiderato da diversificação da economia”, disse.
