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Engenheiro nuclear da Marinha acusado de tentar vender segredos de submarinos americanos


Residência do casal Jonathan e Diana Toebbe, em Annapolis, Md
Residência do casal Jonathan e Diana Toebbe, em Annapolis, Md

Um engenheiro nuclear da Marinha com acesso a segredos militares foi acusado de tentar passar informações sobre o projecto de submarinos nucleares americanos para alguém que ele pensava ser representante de um governo estrangeiro, mas era de facto agente secreto do FBI, anunciou, domingo (10) o Departamento de Justiça.

Na acusação, o governo diz que Jonathan Toebbe vendeu informações, durante grande parte do ano passado, a um contacto que ele acreditava representar uma potência estrangeira. Tal país não foi mencionado nos autos.

De acordo com o Departamento de Justiça, Toebbe, 42 anos de idade, foi preso na Virgínia Ocidental, no sábado (9) na companhia da sua esposa, Diana, 45 anos, depois de colocar um cartão de memória removível num local pré-arranjado.

Não ficou imediatamente claro se os Toebbes, que são de Annapolis, no estado de Maryland, têm advogados. A Marinha se recusou a comentar no domingo.

O FBI diz que o esquema começou em Abril de 2020, quando Jonathan Toebbe enviou um pacote de documentos da Marinha a um governo estrangeiro e escreveu que estava interessado em vender para aquele país manuais de operações, relatórios de desempenho e outras informações confidenciais.

As autoridades afirmam que ele também forneceu instruções sobre como conduzir o relacionamento furtivo, com uma carta que dizia: "Peço desculpas, por esta má tradução. Por favor, encaminhe esta carta à sua agência de inteligência militar. Acredito que esta informação será de grande valor para o seu país. Isto não é uma farsa. "

Em junho, diz o FBI, o agente secreto enviou 10 mil dólares em criptomoedas para Toebbe, descrevendo-o como um sinal de boa fé e confiança.

Semanas depois, agentes federais assistiram à chegada dos Toebbes a um local combinado na Virgínia Ocidental para a troca, com Diana Toebbe a servir de vigia para o seu marido durante uma operação de entrega rápida pela qual o FBI pagou 20 mil dólares. Foi recuperado pelo FBI um cartão de memória azul embrulhado em plástico entre duas fatias de pão com manteiga de amendoim, dizem os documentos do tribunal.

O FBI forneceu o conteúdo do cartão de memória a um especialista, que concluiu que os registos incluíam elementos de design e características de desempenho dos reactores submarinos da classe Virginia, disse o Departamento de Justiça.

De acordo com a denúncia, trata-se de sofisticados "submarinos de ataque rápido de mísseis de cruzeiro" movidos a energia nuclear.

A denúncia alega violações da Lei de Energia Atômica, que restringe a divulgação de informações relacionadas a armas atômicas ou materiais nucleares.

Os Toebbes devem ter as suas primeiras aparições no tribunal, na terça-feira (12) em Martinsburg, Virginia Ocidental.

Jonathan Toebbe trabalha para o governo dos EUA desde 2012, tendo uma autorização de segurança ultrassecreta e se especializando em propulsão nuclear naval, disse o FBI.

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