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Empresas em Angola clamam por ajuda frente à crise provocada pela Covid-19


Em pleno decurso da segunda semana do estado de emergência em Angola, na província da Huíla organizações empresariais e associações industriais alertam para as dificuldades que as empresas podem vir a ter para pagar os salários do mês de Abril.

Frente a este cenário, a VOA sabe que o Governo prepara um pacote de medidas.

Com os trabalhadores em casa, muitas empresas deixaram de produzir, mas o Governo já avisou que elas estão obrigadas a honrarem os seus compromissos para com os respetivos colaboradores.

Paulo Gaspar, presidente de direção da Associação Agropecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), compreende que em nome do bem superior vida o estado de emergência, se impunha, mas antevê um quadro sombrio para as empresas.

“Se não houver apoio efetivo, muitas vão fechar e também há aqueles que vão mudar de ramo de negócios, de acordo com as oportunidades que vão aparecer no futuro, mas acredito seriamente que muitas empresas não vão conseguir manter-se, principalmente as pequenas e médias empresas, que estão mais expostas”, garante Gaspar.

Para o representante local da Associação Industrial de Angola, (AIA) na Huíla, Francisco Chocolate, as consequências da situação vigente já se fazem sentir.

“As empresas devem pagar salários aos trabalhadores, essas moagens devem pagar os custos com a energia e ao pagarem isto obviamente estão a encontrar dificuldades”, lembra.

Governo pode avançar com programa de apoio

As preocupações das empresas são levantadas numa altura em que o Governo deve anunciar a qualquer momento o que deverá chamar de “Medidas de Alívio ao Impacto da Crise do Coronavírus sobre as empresas e particulares” soube a VOA

As medidas preveem entre outras, linhas para o financiamento da produção nacional, projetos de modernização e de expansão de atividades com taxas relativamente baixas com maturidade de até dois anos.

O Banco de Desenvolvimento de Angola, (BDA) e o Fundo Activo de Capital de Risco, (FACRA) deverão suportar em grande medida o financiamento avaliado em vários milhares de milhões de kwanzas.

Para o economista e especialista em finanças públicas, Samuel Candundo, a serem materializadas, são medidas que, embora não resolvam, podem atenuar a crise das empresas a curto prazo.

“Há uma certa prorrogação ou suspensão no concernente às obrigações com os bancos, há um adiamento com as obrigações fiscais, má uma proposta do Ministério do Planeamento que prolonga a tributação do imposto industrial. Todas essas medidas vão aliviar algum sofrimento que realmente é muito pesado quando as empresas não estão a funcionar”, considera Candundo.

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