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Economistas angolanos desconfiam de investimentos da China


Kilamba Kiaxi, Luanda
Kilamba Kiaxi, Luanda

Faustino Mumbica: "A única coisa que interessa à China é expandir o seu mercado, sem se importar muito com as condições das negociações".

Seiscentas empresas participam, em Luanda, no Fórum de Investimento Angola-China, uma promoção da Casa Civil da Presidencia da República.

O director da Unidade Técnica para Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, o encontro pretende criar um ambiente de negócios para captar investimentos para o país.

Garcia assegurou à imprensa que as negociações vão assentar no espírito de transparencia e interesse dos dois paises.

Mas alguns empresários e economistas ouvidos pela VOA duvidam dessa transparência no evento dominado por empresas chinesas.

''O financiamento chinês para Angola não tem sido transparente, por causa da postura do próprio governo chinês que nunca primou por abertura nos seus empréstimos a outros países", disse o economista e professor universitário, Faustino Mumbica.

De acordo com Mumbica, "a única coisa que interessa à China é expandir o seu mercado, sem se importar muito com as condições das negociações".

Por outro lado, Mumbica critica o governo angolano, "cujas práticas assentam na corrupção, nepotismo e peculato".

Em resultado disso, Mumbica disse que "é só ver as redes de estradas construidas, que hoje estão completamente desfeitas; as edificações do Kilamba, do Sequele e outras centralidades praticamente a se desfazerem''.

Outro especialista que duvida da transparencia dos investimentos chineses China é Sapalo António.

''Não há país nenhum no mundo que obtém financiamento e os seus cidadãos desconhecem os valores; isto não é transparência," disse António.

Para o empresário e presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, a carência de divisas leva o governo angolano a estender a mão ao mercado chinês.

Severino critica também o actual cenário da economia angolana e receia o pior.

"Diria que estamos numa estagnação, a beira de uma recessão, esperamos que não venha a acontecer". disse.

Dez ministérios angolanos foram orientados pelo Presidente para priorizarem as negociações com os investidores asiáicos.

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