Um dos mais influentes homens de negócios da China, Guo Guangchang, dado como desaparecido desde ontem pode ter sido detido à chegada a Xangai num voo proveniente de Hong Kong, segundo agências de notícias.
A revista Caixin, publicada em Pequim, escreve, hoje, que o empresário não é visto desde o início da tarde de ontem.
Uma fonte citada pelo South China Morning Post revelou que a empresa está “em choque”.
“Guo é muito cauteloso ao lidar com o governo. Ele sempre diz, fique próximo da política, mas longe dos políticos”, concluiu a mesma fonte.
Guo, de 48 anos, é o 17º homem mais rico da China, com uma fortuna, segundo a Forbes, de 5.6 mil milhões de dólares.
Conhecido como “Warrent Buffon da China”, ele é presidente do Grupo Fosun, cujas acções foram suspensas nas praças financeiras da China
"A empresa tem informação que o Sr. Guo está a colaborar com certas investigações judiciais levadas a cabo pelas autoridades", revelou uma nota do grupo em comunicado, sem confirmar a sua prisão.
"Os directores da companhia consideram que esta investigação não causa nenhum impacto adverso (nas finanças) ou na operação do grupo. As operações da companhia seguem normais", reiterou o comunicado do grupo que tentou acalmar o mercado.
O Grupo Fosun é o maior conglomerado privado na China, dono da rede de resorts Club Med e de uma participação no canadense Cirque du Soleil, além de fatias de empresas no sector financeiro, especialmente na área de seguros.
De acordo com o jornal Caixin, em Agosto um tribunal de Xangai considerou que Guo tinha conexões inapropriadas comWang Zongnan, condenado a 18 anos de prisão por se apoderou de195 milhões de yuans de fundos corporativos, apoiados pelo Estado.
"Wang aproveitou-se da autoridade que tinha decorrente do seu trabalho para conseguir benefícios para o Grupo Fosun", concluiu o tribunal, referindo que Guo teria vendido duas moradias, no valor de 4,77 milhões de yuans em 2003, aos pais de Wang por 2,08 milhões de yuans.
Na altura, o Grupo Fosun reagiu dizendo não ter recebido qualquer benefício ilegal das empresas chefiadas por Wang.
Em Portugal, o Grupo Fosun detém a seguradora Fidelidade, a ex-Espírito Santo Saúde - actualmente Luz Saúde – e tem ainda uma participação de 5,3% na REN.
O Grupo tinha manifestado interesse em entra no mercado africano, nomeadamente através de Angola, Moçambique e Cabo Verde.
“Vemos Portugal como uma plataforma para a Fosun se expandir para outras áreas”, disse no ano passado Xi Lingiiang, responsável para a Europa do grupo, citado pelo Jornal de Negócios.
Desde agosto muitos executivos foram presos ou detidos pela polícia chinesa, enquanto outros desapareceram, em circunstâncias misteriosas e ligadas a um combate à anticorrupção na indústria financeira.
No último domingo, a Citic Securities, a maior seguradora da China, informou que dois dos seus executivos estavam desaparecidos.