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Empresário libanês expulso de Angola foi libertado pelos EUA


Tajideen foi acusado de financiar o Hezzbollah, que Washington considera um grupo terrorista
Tajideen foi acusado de financiar o Hezzbollah, que Washington considera um grupo terrorista

O empresário libanês Ali Tajideen, que durante vários anos operou em Angola e foi condenado nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro a favor do grupo Hezbollah, foi libertado após cumprir menos de um dos cinco anos de prisão a que fora condenado.

O juiz justificou a decisão por motivos de saúde.

Ali Tajideen foi preso em Marrocos a 12 de março do ano passado e extraditado para os Estados Unidos, depois de ter sido obrigado a abandonar Angola, na sequência de um alerta enviado às autoridades de Luanda pelos Estados Unidos, no qual acusavam o empresário de estar a colaborar com o grupo libanês Hezbollah, considerado uma organização terrorista por Washington.

O empresário foi acusado de conspirar com pelo menos cinco outras pessoas para levar a cabo transacções comerciais avaliadas em mais de 50 milhões de dólares, em violação das sanções americanas contra o Hezbollah.

Tajideen declarou-se culpado em tribunal das acusações e, para além da pena de prisão a que foi condenado, concordou em entregar 50 milhões de dólares ao Governo americano.

A libertação de Tajideen, de 64 anos de idade, foi ordenada por um juiz por motivos de saúde apesar da oposição do Governo americano.

Um porta-voz do Departamento de Estado confirmou que o Executivo opôs-se à libertação e acrescentou que a decisão do juíz “não diminui a gravidade do seu crime”.

A mesma fonte sublinhou que os bens de Tajideen continuam bloqueados e cidadãos americanos estão "proibidos de se envolverem em quaisquer transaçoes com ele”

O secretário de Estado americano Mike Pompeo reagiu já à libertação de Tajideen afirmando que os Estados Unidos “continuarào a pôr pressão sobre o Hezbollah” que classificou de "uma organização terrorista”.

A expulsão de Kassim Tajideen de Angola teve ramificações no país, onde o Serviço de Investigação Criminal (SIC) ouviu no ano passado o antigo sócio de Tajideen, Francisco Mateus Dias dos Santos (Kito dos Santos), constituido arguido no processo que lhe foi movido pelo então presidente do Tribunal Supremo, Rui Constantino Ferreira, depois do empresário ter acusado o juiz de usurpar os negócios do Grupo Arosfran, que, alegadamente, lhe pertencia.

A Arosfran era uma companhia de importação de bens alimentares que foi extinta na sequência do mandado de captura emitido nos Estados Unidos contra Kassim Tajideen.

O grupo Afrostan foi dissolvido após a expulsão de Kassim Tajideen de Angola.

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