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Emoção e orações na despedida de vereadora assassinada no Rio de Janeiro


Governo promete "investigação federalizada" à morte de Marielle Franco

Os corpos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, e do condutor Anderson Gomes, assassinados na noite de ontem foram enterrados nesta quinta-feira, 15,em Estácio, Zona Norte do Rio, por volta das 18 horas sob forte emoção de amigos e de familiares.

Antes do enterro de Marielle, a família e amigos reuniram-se para orações à entrada do cemitério.

Ao lado do caixão a família rezou um Pai Nosso e amigos aplaudiram e gritaram palavras de ordem: "Marielle Franco, presente agora e sempre".

O cortejo até o local do sepultamento foi acompanhado apenas pela família e amigos.

Cerimónia semelhante aconteceu em Inhaúma com o cortejo de Anderson.

A mulher, Ágatha Arnaus Reis, estava muito emocionada e permanceu todo o tempo ao lado do caixão.

Um evento em frente à Câmara de Vereadores, no Centro, prestou homenagens à vereadora Marielle e ao seu condutor.

Muito emocionado, o deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo ajudou a carregar o caixão de Marielle.

A vereadora foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, por volta das 21 horas e 30 minutos de uarta-feira, juntamente com o condutor.

Outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços.

A polícia acredita que os assassinos seguiram o carro onde estava a vereadora desde o momento em que ela saiu do evento onde estava na Lapa, no Centro do Rio.

Ela pode ter sido perseguida por cerca de quatro quilómetros.

Justiça

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, prometeu a soma de "todos os esforços" para encontrar os assassinos.

Jungmann, que disse ter conversado com a procuradora-geral, Raquel Dodge, afirmou que a investigação "já está federalizada".

Ele afirmou que as inteligências de vários órgãos trabalham no caso, mas que a Polícia Civil está à frente das investigações.

"Todos somando esforços para que a Justiça seja feita para que esse bárbaro crime tenhas solução e os responsáveis vão parar na cadeia", disse o ministro.

Marielle Franco

A vereadora tinha 38 anos e apresentava-se como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.

Franco foi a quinta mais votada da cidade nas eleições de 2016, com 46.502 votos, na sua primeira disputa eleitoral.

Na Câmara, Marielle fazia parte do grupo de quatro relatores de uma comissão criada em Fevereiro para fiscalizar os trabalhos da intervenção federal na segurança pública do Estado.

A vereadora também presidia a Comissão de Defesa da Mulher e sobre o tema,apresentou projecto para a criação do Dossier da Mulher Carioca, para levar a câmara do Rio de Janeiro a compilar dados sobre violência de gênero no município.

Antes de se eleger vereadora, Marielle foi assessora do deputado estadual Marcelo Freixo, seu colega no PSOL, ao lado de quem participou da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa.

Marielle estudou Sociologia na PUC, com o apoio de bolsa integral, e fez mestrado em Administração Pública na Universidade Federal Fluminense.

A sua dissertação teve como tema as Unidades de Polícia Pacificadora. O título foi “UPP: a redução da favela a três letras”.

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