A Embaixada dos Estados Unidos em Dakar, no Senegal, com jurisdição sobre a Guiné-Bissau, emitiu nesta sexta-feira, 1 de Novembro, emitiu um comunicado no qual diz apoiar plenamente o Governo da Guiné-Bissau sob o primeiro-ministro Aristides Gomes.
“Os Estados Unidos apoiam plenamente o Governo legítimo do primeiro-ministro Aristides Gomes e os seus esforços para realizar eleições livres e justas a 24 de Novembro”, lê-se na nota enviada à VOA em Bissau, que também realça a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e “de outros parceiros da comunidade internacional”.
O comunicado acrescenta que “os Estados Unidos consideram ilegítima a tentativa do Presidene de demitir o Governo de Aristides Gomes três semanas antes das eleições programadas” e “aplaudem o sucesso da Polícia Judiciária na luta contra o narcotráfico”.
Ainda de acordo com aquela representação diplomática, Washington reconhece que “foram as acções tomadas pelo Governo de Aristides Gomes que tornaram este sucesso possível”.
Entrevista de responsável da DEA
A nota surge horas depois da agência portuguesa Lusa ter publicado uma entrevista com o director regional adjunto para África da Administração de Combate à Droga norte-americana (DEA, na sigla em inglês), Antonio Hubbard, na qual ele afirmou que as tensões entre os políticos e o Presidente cessante da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, podem ser “resultado dos sucessos” no combate à droga que o Chefe de Estado tem obtido.
“O que não sabemos neste momento é se as acusações de alguns membros do Governo de que o Presidente não pode continuar a chefiar são resultado dos sucessos que foram obtidos recentemente, como as apreensões de droga”, disse aquele responsável, por telefone,a partir de Joanesburgo.
Embora tenha esclarecido que esses “são assuntos internos e são assuntos para os serviços políticos da região estudarem”, António Hubbard acrescentou que apenas podia dizer que “da interação que o nosso gabinete tem tido recentemente com o Presidente, é que ele parece estar disposto a avançar e que ele quer que a comunidade internacional tenha uma impressão diferente sobre a Guiné-Bissau”.
Entretanto, horas depois a entrevista foi retirada da linha tanto da agência Lusa como do site da televisão portuguesa RTP, sem qualquer justificação.