Nas mais renhidas eleições legislativas dos últimos anos, o resultado final pode ser conhecido apenas a 6 de Dezembro, dia em que os eleitores da Georgia vão a uma eleição de desempate entre o actual senador democrata Raphael Warnock e o antigo jogador do futebol americano Herschel Walker, depois de na terça-feira, nenhum deles ter conseguido os 50 por cento dos votos mais um necessários.
Se Warnock vencer os democratas mantêm a maioria no Senado, mas se perder os republicanos passaram a dominar o Senado e a Câmara dos Republicanos, a acreditar nas projecções da imprensa e de analistas.
Mas a vitória está longe do que as pesquisas e os republicanos previam.
Há quem fale em noite amarga para os republicanos que não conseguiram varrer as eleições com a anunciada “onda vermelha”, aliás, como é tradição nas legislativas, em que o partido do Presidente sempre perde e às vezes por grande margem.
Até este momento, os republicanos conseguiram 203 dos 218 aassentos necessários para controlar a Câmara, num universo de 435 membros.
As projecções apontam que poderão ganhar a Câmara, mas essa margem talvez seja menor que a que os democratas têm agora, 12.
Para o Senado, democratas têm 48 e republicanos 49, com tudo a apontar para um empate a 50, ficando a maioria com os democratas porque a vice-presidente Kamala Harris fará o desempate.
Factor Donald Trump
Mas há que esperar até o dia 6 para a eleição na Geórgia.
Donald Trump, o antigo Presidente que indicou apoiantes e fez campanha por candidatos que lhe são fieis, não teve a noite que esperava.
Muitos dos seus candidatos perderam e viu o governador da Florida, Ron DeSantis ter uma estrondosa vitória e assim ensombrar a sua intenção de concorrer à Casa Branca.
DeSantis é apontado como um potencial candidato republicano em 2024.
Biden destaca vitória da democracia
O Presidente Joe Biden comentou as eleições começando por dizer que não houve onda vermelha, para depois celebrar a vitória da democracia.
"Nossa democracia foi testada nos últimos anos, mas com seus votos, o povo americano falou e provou mais uma vez que a democracia é quem somos", disse Biden em conferência de imprensa na Casa Branca.
O Presidente afirmou que o seu Partido Democrata saiu melhor do que o esperado e anunciou que convidará líderes de ambos os partidos à Casa Branca após regressar da cimeira do G-20 a ter lugar na Indonésia para discutir como trabalhar juntos em temas como “segurança económica e outros prioridades nacionais”.
"A despeito do voto final, quero trabalhar com meus colegas republicanos. E os americanos esperam que os republicanos trabalhem comigo", disse
Biden que, instado sobre o futuro, respondeu que anunciará em 2023 se vai concorrer ou não a um segundo mandato.
Analistas políticos apontam que na eleição de terça-feira, ao contráro do que é tradicional, os eleitores não olharam para os candidatos e temas que foram a voto, mas votaram nos seus partidos.
“Isto revela a profunda divisão existente no país”, sublinhou o académico e analista político Frank de Sousa, no programa Washington Fora d´Horas, da VOA.
A dois anos das eleições, os motores com vista às Presidenciais de 2024 começam a aquecer.
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