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Economistas analisam petróleo e capitalismo primitivo


Sonangol, Luanda
Sonangol, Luanda

Sonangol e seus investimentos em debate.

O economista e político Filomeno Vieira Lopes considera que há uma excessiva retenção de fundos na Sonangol, com o propósito de garantir o processo de acumulação primitiva de capitais.

Deste processo, segundo o antigo professor universitário, surgem as elites que se sobrepõem à maioria dos angolanos.

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Filomeno Vieira Lopes, convidado do último Quintas de Debate, uma iniciativa da associação Omunga, lembra que a Sonangol tem um papel relevante na gestão pública.

Até aqui, nada de estranho, já que se está a falar da empresa que negoceia directamente grande parte dos empréstimos que o país solicita a outros Estados.

A anomalia, de acordo com o também funcionário da Sonangol, reside na propositada e excessiva retenção de fundos que deveriam estar ao serviço da maioria dos angolanos.

“A grande intenção é garantir que os excedentes sirvam um processo para formar as grandes elites, mas são recursos que deviam estar a ser administrados directamente para o bem de todos os angolanos”, explicou Vieira Lopes, lembrando que as empresas públicas “servem os interesses destas elites, com obras para casas de ministros, importação de viaturas e outros exemplos de acumulação primitiva de capitais”.

Para aquele economista, há uma maldição do petróleo, porque “quando a Inglaterra ou a Noruega descobrem petróleo, têm instituições estáveis”, ao contrário do que se passa em Angola.

“Temos sistemas que caminham para o enriquecimento das elites, o que cria guerras e assassinatos, o petróleo é do Presidente, há uma balbúrdia nacional”, acusa Vieira Lopes.

Por outro lado, também presente no encontro, o director do Jornal Expansão Carlos Rosado de Carvalho considerou que os sinais da dependência desta fonte de energia continuam visíveis

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