A falta de dólares no mercado angolano e o aumento crescente dos preços em Angola continuam a mexer com a realidade económica do país.
O tema mereceu um aceso debate entre vários economistas, numa rádio local, cujas recentes medidas anunciadas pelo governador do Banco Nacional de Angola, Walter Filipe, serviu de pano de fundo.
O economista Precioso Domingos começou exactamente pela figura do actual governador do BNA, dizendo ser Angola umm paíse especial, que "num contexto de crise, com problemas tão sérios, vai se buscar um jurista para dirigir o BNA! É um desleixo que ninguém consegue perceber''.
No debate realizado pela rádio MFM, Carlos Rosado de Carvalho disse não concordar com a excessiva dependência do banco central a uma só personalidade "porque só há uma pessoa que manda, o Presidente da Repúbica, e o banco central só faz aquilo que o Presidente da Republica quer, o BNA devia era explicar a política monetária e não o faz''.
Outro economista, Emílio Londa, pensa o contrário e disse ter fé no engajamento de Walter Filipe na resolução dos problemas que o banco central e o país enfrentam.
"Pela primeira vez, vejo um governador do BNA a falar publicamente sobre estes problemas e a comprometer-se em resolvê-los'', afirmou Londa, no que foi apoiado por Fernando Vunge, lembrando que o governador "apelou a ética e moral porque encontrou situações muito graves e tem coragem de denunciá-las e com medidas para corrigí-las".
Carlos Rosado de Carvalho considerou, no entanto,que enquanto algumas verdades do nosso sistema financeiro não forem encaradas com frontalidade não ha governador que resolva".
"Quem são os donos de Angola? Membros do BP do MPLA, ministros, generais, antigos primeiros-ministros, governadores, o isolamento do sistema financeiro internacional angolano tem a ver com isso e o facto destas pessoas serem os donos dos bancos, quando não deviam, se as pessoas quiserem falar verdade é por aí que devem começar'', ripostou.