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Economistas angolanos questionam impacto dos financiamentos do FMI na vida das pessoas


Sede do Fundo Monetário Internacional em Washington DC, Estados Unidos
Sede do Fundo Monetário Internacional em Washington DC, Estados Unidos

Fundo Monetário Internacional disponibilizou mais 772 milhões de dólares a Angola

Como a VOA noticiou na quarta-feira, 9, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um novo desembolso imediato de 772 milhões de dólares do programa de ajuda financeira a Angola, perfazendo já um total de 3.900 milhões de dólares entregues ao Governo.

Economistas angolanos reagem a novo emprestimo do FMI – 1:38
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Em Luanda, especialistas ouvidos pela VOA entendem que Angola está no seu direito, como membro, de recorrer ao financiamento do FMI, mas alertam que o Governo peca na utilização destes recursos por não terem qualquer impacto positivo na vida das pessoas.

Para o consultor económico Galvão Branco, é uma boa aposta mas o Governo deve tirar o melhor proveito desses investimentos.

“É preciso que as políticas económicas e financeiras recorrentes destas ajudas do FMI sejam acompanhadas de um verdadeiro impacto no crescimento económico, mas também nas questões sociais graves que temos, é necessário uma componente interna que faça com que haja um impacto dramático ao nível das desigualdades sociais e do rendimento dos cidadãos e isto não depende do FMI mas da parte angolana que tem que sentir esta situação", sustenta Branco.

O economista Américo Vaz também diz apoiar o recurso ao FMI, mas lamenta que “os investimentos públicos não tenham nenhum tipo de qualidade”.

“Todas as engenharias feitas no âmbito destas linhas de crédito, e refiro-me às bilaterais como as multilaterais, os valores são absorvidos sem qualquer impacto positivo para a economia, as obras como estradas, centralidades, etc., são desprovidas de qualidade, deixam de facto muito a desejar, é necessário que se fiscalize estas empreitadas daqui pra frente", defende Vaz.

Quando o programa foi aprovado, em 2018, foi orçado em 3.700 milhões de dólares, mas recebeu um acréscimo de 765 milhões de dólares para, segundo o FMI, apoiar as autoridades angolanas a mitigarem o impacto económico da Covid-19.

A decisão de desembolsar mais 772 milhões de dólares segue-se à quinta revisão do programa económico de Angola feito pelo FMI que disse numa declaração emitida na quarta-feira que os efeitos da pandemia continuam a ser sentidos, mas que as autoridades “apoiaram a recuperação através de políticas sólidas que têm como objectivo estabilizar a economia, criar oportunidades para o crescimento inclusivo e proteger os mais vulneráveis da sociedade angolana”.

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