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Discriminação das mulheres ameaça desenvolvimento mundial, alerta a ONU


Relatório aumento das desigualdades e falhas na protecção dos direitos das mulheres, em especial as mais pobres,

O aumento das desigualdades e falhas na protecção dos direitos das mulheres, em especial as mais pobres, são grandes ameaças ao cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, de acordo com o novo relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado nesta terça, 17.

Em mais de 140 países analisados, as mulheres enfrentam desigualdade não apenas financeira, mas especialmente na saúde e na garantia de direitos sexuais e reprodutivos, o que acarreta consequências em praticamente todos os sentidos.

O relatório “Mundos Distantes: Saúde e direitos reprodutivos numa era de desigualdade”, conclui que a situação enfraquece o progresso dos países e ameaça inclusive a paz e o desenvolvimento económico global.

A demanda de planeamento reprodutivo não atendida nos países em desenvolvimento afasta mulheres do mercado de trabalho e reduz seus rendimentos.

Entre os dados apontados, em pelo menos 34 países, a disparidade aumentou entre 2008 e 2013, com o rendimento dos 60 por cento mais ricos da população a crescer mais rapidamente do que a dos 40 por cento nas camadas inferiores.

Além disso, dos 142 países cobertos pelo índice em 2016, em 68 a disparidade de género é maior que a do ano anterior.

O documento indica que as mulheres têm ainda mais probabilidade de ficarem desempregadas do que os homens.

No mundo todo, 6,2% das mulheres estão desempregadas, em comparação aos 5,5% dos homens.

As maiores diferenças no desemprego de homens e mulheres estão no nos Estados árabes.

Naqueles países, a taxa de desemprego de mulheres jovens (44%) é quase o dobro da taxa para homens jovens.

Outro factor apontado é que, globalmente, as mulheres ganham 77% do que os homens ganham, e se as tendências actuais continuarem, levará mais de 70 anos até que a disparidade de salário por género seja eliminada.

Também na educação, que pode levar a melhores condições de trabalho e desenvolvimento económico - pessoas analfabetas ganham até 42 por cento a menos que suas contrapartes alfabetizadas -, mulheres sofrem desvantagem: da população mundial estimada de 758 milhões de adultos analfabetos, cerca de 479 milhões são mulheres e 279 milhões são homens.

Nas conclusões, o relatório propõe 10 acções para um mundo mais igualitário, incluindo cumprir compromissos e obrigações com direitos humanos de tratados e convenções internacionais, derrubar leis e normas discriminatórias e que possam impedir que mulheres tenham acesso a informações e serviços de saúde sexual e reprodutiva, estender assistência pré-natal e materna essencial às mulheres mais pobres e atender a demanda de planeamento reprodutivo.

Outras medidas indicadas passam por oferecer garantia de rendimento básica e serviços essenciais, inclusive relacionados à maternidade, eliminar obstáculos económicos, sociais e geográficos ao acesso de ensino para meninas e mulheres, acelerar a transição de empregos informais para formais e eliminar situações de desigualdade através de políticas públicas, entre outras.

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