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Direitos humanos em Angola com leituras diferentes


Manifestação nas Lundas (Foto de Arquivo)
Manifestação nas Lundas (Foto de Arquivo)

Horas depois da Amnistia Internacional (AI) denunciar mortes nas Lundas, em Angola, por parte das forças de segurança e detenções de ativistas, as reações divergem-se em Luanda.

O deputado do MPLA João Pinto considera que muitas observações feitas pela AI podem estar deturpadas e sustenta que alguns atos praticados pelos agentes da ordem e de segurança “são isolados” e não traduzem a nova política do governo de Angola.

“Para um país que está a superar a sua história de violência estrutural, pode haver esses erros em algumas regiões”, sustenta o também jurista.

Pinto diz, entretanto, que as observações da AI podem servir de alerta às autoridades de direito para uma mudança de atitude na forma de lidar com os cidadãos.

Entretanto, Lindo Bernardo Tito, jurista e deputado, acredita que os assassinatos nas Lundas só terão fim quando o Executivo encontrar a melhor forma de destribuição da riqueza de Angola.

“Infelizmente, as Lundas se transformaram num campo de batalha, em vez de um lugar bom para se viver e essas mortes", sustenta.

Ativistas confirmam versão da AI

Por seu lado, o ativista dos direitos humanos de Cabinda, Clemente Cuilo, é peremptório ao dizer que “o relatório reflete a realidade do que ocorre na região”.

Entretanto, o ativista na região diamantífera do Cuango, na Luanda Norte, Jordão Muacambinza, reitera que, apesar das inúmeras denúncias, as violações dos direitos humanos na província persistem e acusa os órgãos de justiça locais de nada fazerem para inverter o quadro.

“O diamante é o motivo das mortes aqui”, afirma.

No Relatório sobre os Direitos Humanos na África Susbsariana, divulgado nesta quarta-feira, 8, a AI considera que, apesar de progressos iniciais, a liberdade de expressão e de reunião pacífica em Angola, continua ameaçada.

A organização aponta as forças de segurança públicas e privadas de, alegadamente, se envolverem em assassinatos extra-judiciais de supostos mineiros ilegais nas províncias da Lunda Norte e Lunda Sul e de continuarem a levar a cabo prisões arbitrárias de ativistas.

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