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Manifestações anti-governamentais “varrem” Norte de África e Médio Oriente


Manifestações anti-governamentais “varrem” Norte de África e Médio Oriente
Manifestações anti-governamentais “varrem” Norte de África e Médio Oriente

Manifestações na Argélia, Bahrain, Iémen, Irão Jordânia, Líbia e Djibouti, seguem o exemplo da Tunísia e do Egipto

O principal grupo oposicionista xiita do Bahrain exige que o governo tem que se demitir e que os militares têm que abandonar as ruas, num momento em que uma vaga de manifestações anti-governamentais atinge o Médio Oriente e o Norte de África.

Membros do bloco oposicionista Wefaq, do Bahrain, que se demitiu do Parlamento em sinal de protesto esta semana, fez aquelas exigências antes de aceitar a oferta da família real de iniciar conversações tendentes a pôr fim às manifestações anti-governamentais.

Testemunhas oculares afirmam que dezenas de pessoas ficaram feridas, na capital do Bahrain, na sexta-feira, na sequência da intervenção das forças de segurança.

Na Argélia, a polícia tentou evitar que centenas de manifestantes entrassem na capital para participar num comício exigindo a demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder desde 1999, considerada uma figura autoritária. Os manifestantes gritavam slogans exigindo uma “Argélia livre e democrática”.

No Djibouti, as autoridades detiveram três destacados líderes da oposição, um dia depois das manifestações exigindo a demissão do presidente Ismail Omar Gueleh.

Na sexta-feira, a polícia do Djibouti utilizou gás lacrimogéneo para forçar manifestantes a desmobilizarem durante um comício anti-governamental semelhante ao que têm tido lugar no Norte de África e no Médio Oriente.

O presidente Gulleh alterou a Constituição política do Djibouti, no ano passado, por forma a permitir que possa concorrer a um terceiro mandato, nas eleições de Abril próximo.

No Djibouti, encontra-se a maior base militar americana na África Sub-Sahariana. A França tem, igualmente, ali um grande contingente militar.

Na Líbia, activistas do grupo de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch referem que, pelo menos, 84 pessoas terão sido mortas durante as manifestações de protesto, na sequência da intervenção policial.

De acordo com fontes hospitalares, citadas por aquela organização, as forças de segurança mataram, pelo menos, 35 manifestantes foram mortos em Banghazi, a segunda maior cidade da Líbia.

No Iémen, pelo menos uma pessoa foi morta e 28 ficaram feridas, quando uma granada foi atirada para o meio de manifestantes que protestavam contra o governo, na cidade de Taiz. Alguns manifestantes responsabilizaram o governo pelo ataque.

Também na Jordânia, uma manifestação tornou-se violenta, quando apoiantes do governo se confrontaram manifestantes da oposição.

No Irão, milhares de manifestantes pró-governamentais apelaram para que seja aplicada a pena de morte a dois líderes da oposição, Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi, durante um serviço religioso que teve lugar em Teerão.

Sites da oposição na internet lançaram, entretanto, apelos a manifestações à escala nacional de apoio a Mousavi e a Karroubi e para lamentar a morte de duas pessoas, esta semana, durante manifestações anti-governamentais.

No Egipto, os militares no poder anunciaram que não irão permitir a realização de greves e as manifestações de protesto, afirmando que estas estão a enfraquecer a economia do país. Isto quando dezenas de milhar de pessoas voltaram a encher por completo a Praça de Tahrir, na sexta-feira, para assinalar a primeira semana após o afastamento do poder do presidente Hosni Mubarak. Apoiantes do movimento pró-democracia entoaram slogans e acenaram com bandeiras egípcias durante as festividades, que incluíram música interpretada por uma banda militar.

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