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Democracia e imprensa: que futuro em Angola


Analistas dizem que democracia não se esgota em eleições
Analistas dizem que democracia não se esgota em eleições

Especialistas defendem maior abertura

A democracia angolana enfrenta vários desafios, tanto ao nível da participação cívica como da imprensa.

Analistas ouvidos pela VOA chamam a atenção dos políticos para que não resumam a democracia ao período de eleição.

Para Lúcia da Silveira, da Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), a inclusão no sistema de educação da cadeira de direitos humanos seria um caminho.

“O próprio Ministério do Interior vem publicamente proibir protestos, isto é um problema sério, há necessidade das pessoas, sobretudo os políticos, começarem a compreender que o exercício democrático não se resume ao voto”, lamenta Silveira que, por isso, propõe “incluir no sistema de educação a disciplinas de direitos humanos desde cedo".

A opinião é corroborada pelo decano dos jornalistas angolanos, Nsiona Casemiro, para quem “o país não deve parar depois das eleições”.

“Acredito que as reivindicações cívicas vão adquirir cada vez mais vozes e penso que até vai ser transversal nos elementos de progresso dentro do próprio MPLA, a imprensa, principalmente a estatal que continua muito amarrada aos vícios do passado monolítico, mas que precisa evoluir para um quadro de media democrática", complementa Casemiro que diz não entender como a imprensa não consegue promover um debate entre os candidatos.

Quem antevê um cenário sombrio da imprensa, é o jornalista Ilídio Manuel que condiciona este futuro a uma mudança de protagonistas à frente do Estado.

Ele lembra que a maior parte dos jornais “foi comprada e domesticada pelo detentor do poder que fez desaparecer os jornaiscom a Constituição de 2010, que foi a certidão de óbito da comunicação social angolana”.

Manuel defende reformas estruturantes para a melhoria do sector.

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