O Presidente angolano José Eduardo dos Santos criou, através de um despacho em Abril publicado no Diário da República,uma “comissão ad-hoc” para estudar e propor a redução e redimensionamento das missões diplomáticas e consulares da República de Angola no estrangeiro, alegando a "necessidade de se racionalizar os recursos humanos, técnicos e financeiros inerentes ao exercício da actividade diplomática”.
A medida visa tornar a actividade diplomática “menos onerosa, em função das disponibilidades que a actual situação económica e financeira nacional e internacional proporcionam”, de acordo com o despacho.
O analista Francisco Tunga Alberto considera lamentável que, apenas agora, o Presidente da República tenha percebido que há missões diplomáticas a mais em função das necessidades reais do país.
O analista diz que muitas embaixadas e consulados foram criados para a acomodação política de figuras e familiares do regime.
Por seu turno, o sindicalista e docente universitário, Carlinhos Zassala, considera que a medida vai trazer de volta muitos funcionários do Estado para engrossar a legião de desempregados do país.
Outra razão apontada como estando na base do redimensionamento por José Eduardo dos Santos é a “a possibilidade de um melhor aproveitamento das capacidades existentes” e do “desempenho do funcionamento”.
Para o ano económico 2017, o Governo atribuiu para as missões diplomáticas, consulares e representações comerciais, uma verba de 32.663 milhões de kwanzas, metade da qual para pagar salários, um aumento superior a 18 por cento, face à verba do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2016.