“Há muito esforço em vender o produto noticioso, o que vezes sem conta é feito em prejuízo da qualidade e do rigor,” disse à VOA o presidente do Conselho Superior de Comunicação Social (CSCS), Tomás Vieira Mário.
Vieira Mário disse que essa foi uma das razões que levaram a sua instituição enviar a recente a advertência “pedagógica” aos órgãos de informação para terem em conta que é preciso respeitar a Lei de Imprensa.
Essa falta de rigor, disse Vieira Mário, tem o potencial de afectar a credibilidade do trabalho jornalístico em Moçambique.
Ele deu exemplos de “muita exposição de cadáveres e sangue na televisão sem qualquer edição das imagens” ou advertência aos telespectadores, e títulos sem ligação com o conteúdo em certos jornais.
Numa nota de 31 de Março, citada imprensa moçambicana, o CSCS diz que “têm sido publicados em diferentes jornais e de forma recorrente, notícias ou informações atacando frontalmente a honra de pessoas físicas e jurídicas, a quem são atribuídas condutas ou comportamentos desonrosos, incluindo altos dignitários do Estado, fora de qualquer motivo de manifesto interesse público”.
Esta tendência, disse Vieira Mário, é sinal de que o lado comercial sufoca o lado profissional, e acaba anulando o facto de neste momento o país ter mais profissionais de comunicação social formados.
Além da advertência aos profissionais, Vieira Mário pede mais intervenção das organizações como o Sindicato Nacional de Jornalistas na orientação profissional “para que se saiba quem entra na profissão.”
Críticos pedem igual intervenção desta insituição para a garantia do equilíbrio na imprensa pública, que tende a defender as posições do Governo.
O CSCS é um órgão de disciplina e de consulta que assegura a independência dos meios de comunicação social em Moçambique.