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Coreia do Sul aceita a proposta de Pyongyang para a retoma de conversações bilaterais


Ministro sul-coreano da unificação, Ryu Kil-Jae durante uma conferencia de imprensa para reagir a proposta da Coreia do Norte
Ministro sul-coreano da unificação, Ryu Kil-Jae durante uma conferencia de imprensa para reagir a proposta da Coreia do Norte

Comité de Reunificação da Pátria da Coreia do Norte surpreendeu tudo e todos esta Quinta-feira ao propor a reabertura de conversações entre os dois governos sobre projectos económicos conjuntos

A Coreia do Sul está a propor uma data e vias para conversações com a Coreia do Norte. A proposta surgiu horas depois de Pyongyang ter feito surpresa ao sugerir abertura para conversações sobre uma série de questões e ao afirmar que deixaria para Seoul a escolha do local e da data para as conversações.

A Coreia do Sul aceitou a proposta de Pyongyang para conversações ao nível de grupo de trabalho. E poucas horas mais tarde, apos o comunicado, Ryoo Kihl-Jae, o ministro encarregue pela relações com a Coreia do Norte, convidou a imprensa em Seoul para dar indicações sobre o local e data para o diálogo aberto entre as duas Coreias.

O ministro da unificação sul coreano disse que as discussões poderão abranger os abandonados projectos conjuntos da zona industrial de Kaesong. Ele adiantou ainda que Seoul pretende que as conversações tenham lugar na capital sul coreana no dia 12 de Julho.

O ministro sul-coreano exigiu também a Pyongyang para retomar os contactos telefónicos inter-coreanos a partir da Sexta-feira, na pacificada aldeia de Panmunjom com vista a discutir os detalhes da anunciada conversação.

No início deste ano, a Coreia do Norte deixou de usar essas redes de comunicações, tendo provocado o aumento das tensões na península.

A surpreendente proposta norte-coreana para conversações hoje de manhã foi tornada pública em nome do chamado Comité para a Reunificação Pacífica da Pátria. A mesma foi feita num curto anúncio especial difundido depois do meio-dia na Rádio e Televisão norte-coreanas.

O anunciador norte-coreano dizia que o Norte propunha organizar conversações acerca da normalização de operações na Zona industrial de Kaesong e a retomada de visitas turísticas a montanha de Kumgang. Questões humanitárias, tais como as reuniões de famílias separadas e os seus familiares, poderiam também ser discutidas durante as conversações, se necessário.

O Complexo industrial de Kaesong, situa-se ao norte da fronteira da Coreia do Sul, cessou as suas operações em Abril quando a Coreia do Norte retirou os seus 43 mil trabalhadores fabris da zona.

A montanha de Kumgang é um resort turístico, um outro projecto da rara cooperação inter-coreana, que também gerou milhões de dólares de benefícios para o regime comunista de Pyongyang.

Há três anos, a Coreia do Norte apoderou-se dos investimentos do governo sul-coreano tendo privatizado as infra-estruturas no resort, assim como expulsou os trabalhadores sul-coreanos que tinham passado a viver nas encostas montanhosas para assegurar o funcionamento dos hotéis e restaurantes a seguir a um incidente em 2008 em que um cidadão sul-coreano tinha sido morto nas cercanias por um soldado norte-coreano.

A relativa e flexível proposta para conversações da Coreia do Norte está a ser vista como uma mudança significativa a seguir a recentes meses de retóricas belicistas.
Pyongyang tinha ameaçado em dar início a uma guerra nuclear – uma ameaça que não foi levada muito a sério por Seoul e Washington. O regime norte-coreano tinha igualmente declarado como inválido o acordo de Armistício de 1953 e prometeu continuar o desenvolvimento de mísseis e armas nucleares e balísticos em desafio as sanções internacionais.
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