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Contas Bancárias: EUA Querem Evitar Crise com Angola


Contas Bancárias: EUA Querem Evitar Crise com Angola
Contas Bancárias: EUA Querem Evitar Crise com Angola

Regras de fiscalização de transacções bancárias não serão alteradas pelo Departamento do Tesouro

Washington, 23 Nov - Os Estados Unidos esperam que não haja uma crise no relacionamento com Angola por causa do encerramento das suas contas bancárias em Washington. A embaixada continua ser serviços bancários e fontes diplomáticas angolanas referem a possibilidade de “medidas recíprocas”. Uma fonte do Departamento de Estado disse acreditar que as coisas não cheguem a esse ponto porque estão a ser feitos esforços para resolver o problema.

Um mês depois de ter sido notificada do encerramento das suas contas bancárias na capital americana, Angola não consegue encontrar outros bancos onde possa obter serviços financeiros. Começa a recear-se uma paralisação da embaixada, que já encerrou a sua secção consular.

Sobre a possibilidade de adopção de medidas recíprocas por parte de Angola, mencionada por fontes daquele país, um alto funcionário do Departamento de Estado disse à VOA “ter esperança que as coisas não cheguem a esse ponto” e “acreditar que seja encontrada uma solução”.

A nossa relação com Angola disse, “é valiosa” sublinhando que se trata de um país considerado “parceiro estratégico” pelos Estados Unidos.

Forem feitas sugestões a Angola de bancos onde possa abrir novas contas, mas uma fonte da VOA disse que apenas um, de pequenas dimensões, estava disponível para contemplar a hipótese, e tem activos inferiores aos montantes movimentados pela embaixada.

Apesar de as decisões dos bancos privados estarem a levantar problemas à diplomacia americana, não haverá alterações à forma como os bancos fiscalizam as contas das embaixadas. Essa fiscalização é feita com base em regulamentos do Departamento do Tesouro, destinados a promover a transparência do sistema bancário.

“Não temos planos nem motivação para recomendar aos bancos que enfraqueçam a aplicação dos regulamentos” destinados a combater o branqueamento de capitais e o financiamento de actividades terroristas, disse à VOA um alto funcionário do Departamento de Estado.

Os bancos J.P. Morgan Chase, Citibank, Bank of America e HSBC tencionam limitar ou abandonar os negócios com representações de governos estrangeiros, devido aos custos da fiscalização das transacções. O Bank of America encerrou as contas da embaixada de Angola em Washington.

A fonte da VOA disse que os departamentos de Estado e do Tesouro estão a procurar “activamente” formas de resolver o problema, afirmando reconhecer que “as embaixadas carecem de serviços bancários”. Adiantou que “levamos este assunto muito a sério”.

“Não há qualquer incompatibilidade entre a necessidade de os bancos cumprirem as leis e a necessidade de as embaixadas obterem serviços financeiros”, prosseguiu a fonte.

Instado a comentar, nesse caso, porque surgiu este problema o nosso interlocutor disse que são os bancos que devem explicar as suas decisões, mas ainda não explicaram.

A uma pergunta da VOA sobre se as práticas bancárias da embaixada de Angola poderiam estar na origem do encerramento das contas, o alto funcionário afirmou: “Muitas embaixadas não conhecem a moldura legal em que operam os bancos americanos… E nós queremos ajuda-los a compreender como funciona o nosso sistema bancário”.

A uma outra pergunta da VOA sobre o impacto de operações bancárias em dinheiro, a fonte admitiu que “transacções frequentes em numerário e em montantes avultados” possam ser um problema para os bancos americanos.

Se foi por essa ou outras razões que o Bank of America encerrou as contas de Angola, o facto é que, cerca de um mês depois de ter começado, a crise continua sem solução.

Pelo que persiste a pergunta: Se os bancos americanos continuarem a não aceitar contas angolanas qual é a alternativa à paralisação e eventual encerramento da embaixada? É esta a pergunta para que se procura resposta.

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