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Consumidores e vendedores queixam-se da falta de produtos e de dinheiro em Luanda


Baixa de Luanda com vista para a marginal
Baixa de Luanda com vista para a marginal

A crise económica chegou aos mercados de Luanda, onde há queixas da falta de produtos nas lojas e supermercados habituais.

Empresários denunciam dificuldades na importação de vários produtos devido à falta de divisas, em virtude da crise económica e financeira que o país enfrenta.

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Para completar o quadro, os salários dos funcionários públicos continuam congelados, devido aos cortes do Orçamento Geral do Estado, que viu as receitas fiscais com a exportação de petróleo cair para mais de metade.

Há falta de muitos produtos nos supermercados e pequenos comércios e os que existem têm preços exorbitantes.

Ermelinda Matias, vendedora de bens a retalho, disse que, por exemplo, “o saco de sal, que custava 700 kwanzas agora custa três mil kwanzas, o saco de arroz passou de 2500 para 10 mil kwanzas”.

Matias lamenta que muitas vezes não tem nenhum lucro: “os clientes só dizem que vão nos matar, isso está tudo difícil”, denunciou.

Esperança Mauriço, outra vendedora de bens a retalhos, disse que muitos clientes recusam-se a comprar os produtos, primando por coisas mais baratas.

Ela reclama também da falta de lucro: “já não sabemos o que fazer”.

Refira-se que em vários supermercados há um limite para a compra dos produtos, de modo a evitar o seu açambarcamento pelas vendedoras ambulantes.

A nível oficial, o Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que a inflação superou os 14 por cento em Luanda durante o ano de 2015, mas há discrepâncias entre os preços que constam do cabaz analisado pela instituição e a real venda ao público.

Por sua vez, o salário mínimo está fixado desde 2014 entre os 15 mil e 22 mil e 400 kwanzas consoante o sector de actividade.

Além da falta de divisas necessárias para garantir as importações angolanas, a população enfrenta o problema da desvalorização do kwanza, em cerca de 40 por cento face ao dólar norte-americano no espaço de um ano, utilizado como argumento para fazer disparar os preços, ao agravar o custo das importações.

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