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Congresso dos Estados Unidos confirma vitória de Joe Biden


Vice-presidente Mike Pence (esq) e presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi (esq) no final da sessão de certificação
Vice-presidente Mike Pence (esq) e presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi (esq) no final da sessão de certificação

Presidente Trump diz que fará uma transição pacífica, embora discorde dos resultados

O Congresso americano confirmou na madrugada desta quinta-feira, 7, o democrata Joe Biden vencedor das eleições presidencias de 3 de novembro, após um dia caótico em Washington.

“O anúncio do estado da votação pelo presidente do Senado será considerado uma declaração suficiente para as pessoas eleitas presidente e vice-presidente dos Estados Unidos para o mandato que começa no dia 20 de janeiro de 2021 e será inscrito junto à lista de votos nos jornais do Senado e da Câmara dos Representantes", afirmou o vice-presidente Mike Pence, que presidiu a sessão conjunta da Câmara dos Representantes e do Senado, antes de encerrar a sessão às 3:41 horas.

O Presidente Donald Trump prometeu fazer uma transição pacífica, embora continue a dizer discordar da decisão.

"Embora eu discorde totalmente do resultado da eleição e os factos me confirmem, haverá uma transição ordenada a 20 de janeiro", afirmou num comunicado divulgado pelo sub-chefe de gabinete da Casa Branca, Dan Scavino no Twitter.

"Eu sempre disse que continuaríamos a nossa luta para garantir que apenas os votos legais fossem contados. Embora isso represente o fim do maior primeiro mandato da história presidencial, é apenas o começo da nossa luta para fazer a América grande novamente!", concluiu Trump.

A certificação da vitória do Presidente eleito a 3 de novembro era esperada como um acto formal depois do Colégio Eleitoral ter confirmado a vitória de Joe Biden a 14 de dezembro.

No entanto, alguns republicanos tinham dito que iriam opôr-se à certificação e pedir uma auditoria ao processo eleitoral.

Sem número suficiente para o grupo de legisladores conseguir o seu objectivo, esperava-se que a sessão conjunta do Congresso, que iniciou por volta das 13 horas de quarta-feira, 6, fosse concluída no final da tarde, depois da Câmara dos Representantes e do Senado votarem, em separado, para confirmar a vitória de Biden.

Entretanto, meio da tarde, milhares de apoiantes do Presidente Donald Trump, que tinham participado num comício por ele liderado perto da Casa Branca, invadiram o Capitólio, provocando o caos, com os representantes e senadores a terem de se esconderem, enquanto o vice-presidente Mike Pince foi levado para fora do edifício por túneis secretos.

Nos confrontos, em que foram violados gabinetes e salas de reuniões, uma veterana de guerra, apoiante do Presidente, foi baleada no peito e morreu horas depois.

Segundo a polícia de Washington, mais três manifestantes morreram devido a problemas de saúde, não especificados, 52 pessoas foram presas e 14 polícias ficaram feridas.

A sessão do Congresso foi retomada por volta das 20 horas, com o vice-presidente Mike Pence, o líder republicano no Senado Mitch McConnell e o líder da minoria democrata Chuck Schummer a condenarem a invasão.

"Para aqueles que causaram estragos no nosso Capitólio hoje: vocês não ganharam", afirmou Mike Pence na reabertura dos trabalhos, acrescentando que "a violência nunca vence, A liberdade vence. Ao nos reunirmos novamente nesta câmara, o mundo testemunhará novamente a resiliência e a força de nossa democracia. E esta ainda é a casa do povo. Vamos voltar ao trabalho".

Por seu lado, Mitch McConnell disse que “o Senado dos Estados Unidos não se intimidará”.

“Não seremos mantidos fora desta câmara por bandidos, turbas ou ameaças”, sublinhou o líder da maioria republicana no Senado.

Ao intervir, o líder da minoria no órgão, o democrata Chuck Schumer, acusou directamente o presidente Donald Trump de incentivar o comportamento dos invasores, a quem chamou de "valentões e bandidos".

"Não se enganem, meus amigos, os eventos de hoje não aconteceram espontaneamente", disse Schumer, para quem "este Presidente carrega grande parte da culpa, essa turba era em boa parte obra do Presidente Trump... sua responsabilidade, sua vergonha eterna. Os eventos de hoje, certamente, certamente não teriam acontecido sem ele".

Depois de horas de intervenção dos representantes e senadores, em sessões separadas, a Câmara e o Senado votaram, por larga maioria, a confirmar a vitória de Joe Biden e Kamala Harris.

A posse acontece a 20 de janeiro.

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