Um líder da oposição do Congo reivindica vitória no referendo de domingo, tido como manobra do Presidente Denis Sassou-Nguesso para mudar a constituição e continuar no poder por mais um mandato.
Guy Kinfoussia Romain, presidente do partido União para a Democracia e República, justifica a sua vitória com a fraca afluência às urnas. Romain diz que ganhou, porque o povo ouviu o seu apelo para não votar.
Apenas três por cento da população com direito a voto foram às urnas.
O Presidente Sassou-Nguesso governou o Congo, em diferentes momentos, por mais de 30 anos. A presente constituição não permite que ele concorra para mais um mandato e não prevê candidatos da sua idade.
Ele tem 71 anos e com o referendo pretende mudar a constituição para permitir três mandatos e estender a idade minima dos candidatos para além dos 70.
Romain pede o apoio da comunidade internacional para impedir a intenção de Sassou Nguesso.“Todos os países deverão ajudar a impedir o seu projecto de mudar a constituição.”
O porta-voz do partido trabalhista, no poder no Congo, Serge MIcel Odzoki, disse à VOA que a mudança da constituição foi pedida pelo povo e não pelo presidente Sassou Nguesso.
Odzoki, que acusa a oposição de estar contra o referendo, acrescentou que as manifestações contra o processo fazem parte da democracia, desde que não se tornem violentas.
A oposição promote continuar com as manifestações.
O Presidente Sassou Nguesso é o ultimo líder africano que procuram estender o mandato.
No Burkina Faso, o presidente Blaise Compaore enfrentou uma forte oposição, quando em 2014 tentou prolongar o seu mandato. No Burundi, Pierre Nkurunziza, foi eleito em julho passado para o terceiro mandato, depois de manifestações violentas e uma tentativa de golpe de estado. Paul Kagame, do Ruanda, também procura mudar a constituição para continuar no poder.