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Colega de Gilles Cistac pede intervenção do PR Filipe Nyusi


Filipe Nyusi
Filipe Nyusi

ONU e Liga dos Direitos Humanos de Moçambique condenam assassinato e pedem respostas.

O sociólogo Carlos Serra, do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane e colega de Gilles Cistac, pediu hoje no seu blogue a intervenção do Presidente da República na sequência do assassinato daquele professor e constitucionalista. Também hoje a ONU e a Liga dos Direitos Humanos de Moçambique condenaram o atentado e pedem respostas.

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A Organização das Nações Unidas(ONU) em Moçambique apelou hoje, 6, às autoridades moçambicanas a usarem todos os meios possíveis para responsabilizar os autores do assassínio do constitucionalista franco-moçambicano Gilles Cistac, ocorrido na terça-feira, 3, no centro de Maputo. Esta é mais uma reacção à morte de Cistac na véspera de uma marcha que amanhã se realizará em Maputo.

Num comunicado enviado hoje à imprensa, a ONU diz reconhecer a contribuição do professor e constitucionalista Cistac na edificação do Estado de Direito, na consolidação dos direitos humanos e no compromisso com a educação em Moçambique, através dos seus ensinamentos como docente e através das suas ideias em debates académicos.

"Encorajamos as autoridades a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para que os autores deste acto sejam trazidos à justiça, bem como para garantir a segurança de todos os cidadãos de uma maneira geral. Neste momento de dor e consternação, endereçamos os nossos sentimentos de pesar à sua família, colegas e amigos", diz a nota da ONU.

Por seu lado, a Liga dos Direitos Humanos(LDH) de Moçambique desafiou hoje a Frelimo a distanciar-se de acusações relacionadas com a morte de Gilles Cistac e a participar na marcha da sociedade civil de repúdio pela morte do jurista que acontece amanhã em Maputo.

Segundo Alice Mabota, presidente da Liga, a Frelimo tem de mostrar com actos que está distante. Mabota afirmou ainda que a morte do constitucionalista deve provocar indignação em toda a sociedade moçambicana, “porque o silêncio vai encorajar a repetição de situações do género no futuro, tal como aconteceram no passado!.

Por outro lado, o professor Carlos Serra, do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane e colega de Gilles Cistac, publicou hoje uma carta aberta ao Presidente da República em que apela à intervenção de Filipe Nyusi porque “parte do país está nervosa, está inquieta, está revoltada, está com medo do futuro. Basta uma pequena caminhada pelas numerosas estradas do povo para nos apercebermos disso”.

Segundo Serra, o assassinato do Professor Gilles Cistac, “é o percutor, é um acelerador do mal-estar, da inquietação que cresce no país”.

No texto, aquele conhecido sociólogo diz a Filipe Nyusi que “não foi apenas o professor Cistac que foi assassinado, foi e é também uma parte dos sonhos, da confiança e do optimismo de muitos. Sabe, pessoas sem sonhos não fazem história, sofrem-na”.

Carlos Serra considera ter chegado a hora do Presidente Nyusi falar: “Fale à Nação, fale ao Povo, inspire confiança e legitimidade, dê um outro rumo à História contra a sórdida história com h pequeno que, de forma terrorista, ceifou a vida de um professor que procurava levar-nos ao respeito pelos saberes múltiplos”, pede aquele professor universitário, concluindo “ouse mudar a história com o auxílio do seu elenco governamental, ouse ser o processo e o futuro, por favor ouse mostrar que o que parece, não é”.

O constitucionalista e professor universitário Gilles Cistac foi assassinado à saída de café em Maputo por quatro homens, segundo a polícia que já pediu a intervenção da Interpol para ajudar a encontrar os autores do atentado condenado por todos os sectores de Moçambique.

O Governo e a Frelimo já se demarcaram de qualquer ligação ao assassinato de Cistac, como têm acusado vários meios de comunicação, e o ministro dos Negócios Estrangeiros Odemiro Baloi reuniu-se com o corpo diplomático para garantir que as autoridades tudo farão para encontrar os assassinos de Gilles Cistac.

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