Em Moçambique, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) aprovou os resultados das eleições do passado dia 15, com 10 votos a favor e sete contra, estes últimos dos membros da Renamo, do MDM e da sociedade civil.
Entre os membros que votaram contra, figura Fernando Mazanga, membro da Comissão Nacional de Eleições pela Renamo, que afirmou, "respeitando os ditames da minha consciência, votei contra estes resultados em sede própria da sua centralização, por vários motivos que eu fiz chegar à CNE através de uma declaração de voto de vencido, para profundamente manifestar a minha discordância".
Espera-se que o líder da Renamo Afonso Dhlakama reaja, a qualquer momento, aos resultados eleitorais.
Entretanto, a Comissão Nacional de Eleições, através do seu porta-voz Paulo Cuinica, afirmou que ainda não se sabe se a votação vai ser repetida ou não nas 26 mesas do distrito de Tsangano, no Tete, anulada pelo Tribunal Supremo.
Cuinica indicou que nos termos da lei, o Tribunal Supremo vai analisar todo o processo eleitoral, "e nessa altura, irá indicar se há ou não lugar para a repetição das eleições em todos os locais, onde, eventualmente, tenha havido irregularidades".
Refira-se que a votação em Tsangano foi anulada devido ao facto de todo o material eleitoral ter sido destruído e queimado, por suspeitas do chamado enchimento prévio de urnas.
Os resultados das eleições deram a vitória a Filipe Nyusi, com 57,03 por cento dos votos, na corrida à Presidência da República, seguido de Afonso Dhlakama, da Renamo, com 36,61 por cento, e de Daviz Simango, do MDM, com 6,36 por cento.
Nas legislativas, a Frelimo venceu com 55,97 por cento dos votos, enquanto a Renamo conseguiu 32,49 por cento e o MDM obteve 7,21 por cento.
A abstenção foi de 51,36 por cento nas eleições presidenciais e 51,51 por cento nas legislativas.