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Repórteres Impedidos de Falar com Mulher do Nobel da Paz


Liu Xia, mulher do Nobel da Paz,Liu Xiaobo
Liu Xia, mulher do Nobel da Paz,Liu Xiaobo

A China, de resto, reagiu com irritação à notícia da atribuição do Prémio Nobel a Liu Xiaobo

As autoridades chinesas não estão a autorizar que jornalistas falem com a mulher no novo Prémi0o Nobel da Paz, Liu Xiaobo. Crê-se que ela esteja sob prisão domiciliária, em Pequim, onde está a repórter da VOA Stephanie Ho.

Segunda-feira, vários elementos das forças de segurança à paisana foram colocados em frente do complexo residencial onde reside a família de Liu Xiaobo, que se encontra preso e a quem foi atribuído o Prémio Nobel da Paz, na semana passada.

Agentes dos serviços de segurança afirmou que não residentes estão proibidos de entrar no edifício. Os repórteres informaram que queriam visitar Liu Xia, a mulher do Nobel da Paz, que ali reside. Os seguranças informaram que os repórteres não poderiam entrar naquele complexo residencial, mesmo depois de se terem identificado. Os agentes argumentaram que os visitantes teriam que ser recebidos fora do edifício por Liu Xia e acompanhados por ela.

Mas, na verdade, o seu telefone estava cortado e há informações de que se encontrará sob prisão domiciliária, o que significa que ela não pode sair de casa livremente para acompanhar qualquer visitante.

Cerca de 15 jornalistas – todos estrangeiros – juntaram-se junto ao portão daquele complexo residencial, mas ninguém foi autorizado a entrar. Um anúncio, em chinês e inglês, colado à entrada do edifício dizendo que os residentes naquele complexo residencial não dão entrevistas.

Minutos mais tarde, chegou um polícia uniformizado, que informou que residentes do prédio telefonaram para a esquadra preocupados com a sua segurança, tendo, na oportunidade, sido pedida a identificação de todos os jornalistas presentes.

A cena à frente da casa de Liu Xia não foi única. A repórter da VOA em Pequim tentou também contactar outro conhecido dissidente chinês, Bao Tong, que é um dos subscritores originais da Carta 08, o manifesto que lançou o apelo inicial para que fossem efectuadas reformas políticas, movimento que Liu Xiaobo ajudou a organizar.

Também em frente à casa de Bao agentes da polícia à paisana registaram a identificação da repórter, mas não permitiram a sua entrada. E utilizaram o memo estratagema, alegando que teria que contactar Bao para este a acompanhar na visita a sua casa. Mas, também neste caso, a linha telefónica estava cortada.

A China, de resto, reagiu com irritação à notícia da atribuição do Prémio Nobel a Liu Xiaobo. Esta segunda-feira, um dos jornais oficiais – o “Global Times” – atacava o Ocidente por mostrar o seu desprezo pela China ao atribuir aquele prémio.

Aquele artigo acusa os países ocidentais de ter “intenso medo” perante o crescimento da China, crescimento – na opinião do articulista – imparável e que poderá significar o fim da “hegemonia ocidental”.

No entanto, a maioria dos media oficiais chineses têm-se mantido silenciosos acerca do Nobel da Paz, o que significa que a maioria dos chineses desconhecem que um seu concidadão ganhou aquele prestigiado galardão internacional.

Entretanto, o Partido Comunista Português afirmou que a atribuição do prémio Nobel da Paz deste ano ao dissidente chinês Liu Xiaobo é "inseparável das pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China". No seu primeiro comentário sobre a escolha do Comité Nobel, o PCP afirma que “é na linha da atribuição do prémio Nobel da Paz de 2009 ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre povos”.

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