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China: Casais poderão ter dois filhos, mas política chega tarde


O governo vai ter que fazer outras políticas de incentivo em uma sociedade onde criar um filho custa muito dinheiro.

A China pôs fim à sua antiga política de filho único e agora permitirá que todos os casais tenham dois filhos.

O plano foi revelado nesta quinta-feira, após encontros políticos a portas fechadas que ocorreram nesta semana em Pequim. Analistas dizem que embora a política de dois filhos seja um movimento bem-vindo, fará pouco para ajudar a reverter o declínio das taxas de natalidade e a diminuição de mão-de-obra.

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A China criou a política do filho único em 1980 em uma tentativa de controlar o crescimento da população, que é a maior do mundo. Mas a severa aplicação da medida, que inclui abortos forçados, têm se tornado há anos uma fonte de controvérsia fora do país. Mais recentemente a regra foi acusada de ser a razão de a mão-de-obra chinesa estar encolhendo em ritmo alarmante.

A pesquisadora do Instituto do Oriente, do Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais de Portugal, Marisa Gaspar, explica que a política dos dois filhos foi tomada porque a China vive hoje um grande problema com relação aos idosos. Se antes os cidadãos mais velhos eram cuidados pelas famílias, hoje, eles são obrigação do Estado.

A especialista em relações internacionais e mestra pela Universidade do Povo, em Pequim, Daniela Almeida Gomes, afirma que a medida veio tarde. Para que a nova regra seja efetiva, o governo vai ter que fazer outras políticas de incentivo em uma sociedade onde criar um filho custa muito dinheiro, analisa Gomes.

Segundo Gomes, os efeitos da medida só serão sentidos daqui a vinte anos, quando os filhos dessa atual geração forem para o mercado de trabalho. Enquanto isso, a China vai ter que criar alternativas para estimular o crescimento e desenvolvimento econômico.

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