O ministro angolano das Relações Exteriores inicia hoje uma visita ao Brasil e aos Estados Unidos, dois países considerados estratégicos para Luanda, numa altura em que o país assinala os 40 anos de Independência e há uma forte contestação ao Executivo de Luanda a nível interno.
Em Brasília, Georges Chikoti participa na sexta-feira num seminário para assinalar os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
O evento, em que participa também o chefe da diplomacia brasileira Mauro Vieira, pretende-se, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, analisar esses 40 anos de relacionamento e projectar o futuro.
Na segunda-feira, Georges Chikoti desloca-se aos Estados Unidos onde, além de se encontrar com autoridades americanas, participará no dia 18 num evento organizado pelo Governo angolano a propósito dos 40 anos da Independência, “Angola Day”.
No Departamento de Estado, o chefe da diplomacia angolana deve ser recebido pela secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos Linda Thomas-Greenfield.
De acordo com a página do Wilson Center Africa, em Washington, o evento intitula-se “Angola em 40 anos: Progresso, desafios e futuro” e, como a designação indica, visa “analisar os avanços do país desde a independência, a situação actual e as oportunidades que se abrem tanto políticas como económicas”.
O seminário pretende também realçar as perspectivas de desenvolvimento inclusivo e sustentável de Angola, e discutir o estado actual e futuro das relações entre Washington e Luanda.
Além do ministro Georges Chikoti, intervêm no evento a embaixadora americana em Luanda, Helen La Lime, o embaixador angolano em Washington Agostinho Tavares da Silva Neto, o ministro angolano da economia Abrahão Gourgel, o responsável para África do thing thank Chatham House Alexander Vines, o responsável das relações com os governos da Amnistia Internacional Adotei Akwei, o representante da Covington & Burling LLP Witney Schneidman e o director internacional de relações com os governos da Chevron Mamadou Beye.
Na nota introdutória do Angola Day, o Wilson Center Africa escreve que, devido às suas enormes reservas minerais de petrolíferas, Angola foi uma das economias que mais cresceram no mundo.
Entretanto, “apesar desse crescimento económico, o desenvolvimento não chegou à maioria da população”, com a desigualdade e a pobreza a marcarem a agenda do país.
A nota lembra que, segundo as Nações Unidas, “Angola ocupa a posição 93 num universo de 137 países em matéria de objectivos do desenvolvimento do milénio”.
O Wilson Center Africa regista também o aumento de preocupações em matéria de direitos humanos e à governação do país”.