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Chefes de Estados dos Grandes Lagos convidam Burundi a adiar eleições


Em cimeira presidida por José Eduardo dos Santos foi decidido enviar dirigentes da África do Sul, Quénia, Uganda e Tanzânia ao Burundi

Numa cimeira realizada em Luanda, os chefes de Estado e de Governo da Conferência da Região dos Grandes Lagos (CRGL) convidaram o Burundi a adiar as eleições.

Numa reunião presidida por José Eduardo dos Santos, os países membros anunciaram a sua intensão de enviar uma delegação de alto nível ao Burundi para contribuir para uma solução para a crise naquele país que culminou na semana passada com uma fracassada tentativa de golpe de Estado.

"Convidamos o Governo do Burundi a adiar as eleições e a associar todas as partes interessadas visando estabelecer condições conducentes a um processo eleitoral pacífico, credível e transparente, em conformidade com o pacto da CIRGL relativo à segurança, estabilidade e desenvolvimento na região dos Grandes Lagos", diz um comunicado final lido pelo ministro das Relações Exteriores de Angola Georges Chikoti.

No comunicado, os participantes na cimeira exortaram o Governo do Burundi "a respeitar os direitos constitucionais do povo e as suas obrigações à luz do pacto da CIRGL relativo à segurança, estabilidade e desenvolvimento, do qual é signatário".

A declaração de Luanda apela ainda a todas as partes envolvidas no conflito no Burundi a "comprometerem-se com o cessar dos actos de violência em curso" e a "engajarem-se no diálogo e na paz", bem como ao Governo para que trabalhe "de maneira célere no restabelecimento de um ambiente pacífico e seguro" que "incentive o regresso dos refugiados" dos últimos dias ao país, estimados em 100 mil.

Além de Angola e Burundi, a CIRGL integra ainda a República do Congo, Quénia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDCongo), Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

Participaram na reunião os presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, do Sudão do Sul, Salva Kiir, da Zâmbia, Edgar Lungu, da RDCongo, Joseph Kabila, a Presidente interina da República Centro-Africana (RCA), Catherine Samba Panza, o vice-Presidente do Sudão, Hassabo Mohamed, e o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, este enquanto convidado especial.

Antes, na abertura da cimeira o Presidente angolano afirmou que a legitimidade do chefe de Estado do Burundi "não pode ser posta em causa" e defendeu a manutenção das eleições naquele país, apesar da presente crise pré-eleitoral.

O Presidente angolano e líder em exercício da CIRGL disse que os presidentes desta organização condenam "energicamente" a tentativa de golpe de Estado e saúdam "a defesa da ordem constitucional pelas forças leais" a Pierre Nkurunziza, "cuja legitimidade não pode ser posta em causa".

O presidente de Angola sugeriu aos chefes de Estado e de Governo presentes hoje em Luanda na Cimeira dos Grandes Lagos a escreveram na agenda o debate sobre o fenómeno do terrorismo na sub-região africana.

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Quanto à República Centro Africana, o Presidente angolano disse ser possível a concretização efectiva do processo de paz e de reconciliação nacional e manifestou o seu apoio à mediação do presidente do Congo Denis Sassu Nguesso.

José Eduardo dos Santos saudou os esforços dos governos da República Democrática do Congo e do Sudão no combate às chamadas forças negativas e sugeriu a busca de soluções negociadas para acabar com os conflitos internos, a violência e a pilhagem dos recursos naturais com, o apoio da comunidade internacional.

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