A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (Ceast), proprietária da Rádio Ecclesia, disse desconhecer a versão do director da emissora católica que, na semana passada, acusou certas organizações internacionais de financiar a imprensa com o objectivo de fazer cair o Governo angolano.
Em entrevista ao Jornal de Angola na terça-feira, 3, Quintino Candange exemplificou com o facto de ter devolvido 149 mil euros à União Europeia por discordar dessa postura.
No dia seguinte, 4, a delegação da União Europeia (UE) em Angola revelou que, ao contrário do que disse Candange, a Rádio Ecclesia ainda não devolveu o dinheiro de um financiamento recebido em 2014 no valor de 149 mil euros.
A UE reiterou que as declarações do director da Rádio Ecclesia "são infundadas e não correspondem aos objectivos, gerais ou específicos, dos programas da UE”.
Agora são os responsáveis da Ceast a reconhecerem, em comunicado emitido neste sábado, 7, que “nunca foram informados nem menos alertados que tais financiamentos tinham como fins os anunciados pelo director da rádio”.
A Ceast lembra que a emissora católica tem subsistido graças às parcerias que estabelece com outras instituições, embora algumas delas “se tenham revelado menos adequadas ao perfil da linha editorial da rádio”, e pede “calma e ponderação” ao director da rádio e à delegação da UE.
No entanto, os padres dizem esperar que a “Rádio Ecclesia feche quanto antes este dossier”.
O comunicado conclui lamentando o aproveitamento que foi feito em torno do mesmo, sem se referir directamente por quem.