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Cabinda: Ataques da FLEC deixam aldeias despovoadas


Bairro Gika, Cabinda, Angola
Bairro Gika, Cabinda, Angola

Aldeias inteiras estão a ser despovodas em Cabinda em resultado de “ataques de surpresa e esporádicos” dos guerrilheiros da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) contra as Forças Armadas, criando um cenário de medo e de insegurança permanentes no seio das populações.

Violência em Cabinda provoca fuga de aldeões – 3:09
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O alerta foi feito terça-feira, 27, por figuras políticas e da sociedade civil de Cabinda, ouvidas pela Voz da América, a propósito das consequência do longo conflito militar na região, cuja dimensão foi sempre minimizada pelas autoridades angolanas.

Carlos Vemba, presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), diz que, fruto da instabilidade política e militar, os cidados são permanentemente forçados a abandonarem as suas aldeias para se refugiarem em zonas seguras da província.

“Sempre que há ataques e há baixas por parte das forças convencionais, a população tem sido a principal vítima. Quem se desloca da cidade de Cabinda para Belize ou Buco Zau vai sempre com um sentimento de insegurança”, revela Carlos Vemba.

Por sua vez, o responsável do Movimento Independentista de Cabinda, Maurício Gimbi, afirma que, apesar de os ataques da guerrilha acontecerem “de vez em quando”, as consequências sobre a população são visíveis.

“Eu perdi uma cunhada no ano passado. A nossa floresta do Maiombe está totalmente militarizada. As pessoas podem ir a Ponte Negra mas não sabem quando podem ser surpreendidas”, aponta Gimbi.

 Diálogo sobre a autonomia de Cabinda deve incluir a ala militar da FLEC
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Mais ataques

O movimento separatista da FLEC reivindica, há anos, a independência do território e continua a realizar ações de guerrilha contra as forças do Governo.

O mais recente ataque, segundo a FLEC, aconteceu no passado dia 13 quando "sete militares das Forças Armadas Angolanas e três cidadãos brasileiros foram
mortos em dois confrontos, em duas aldeias, sendo Kisungo e Tando Maselele, na região de Maiombe, concretamente no município de Belize".

A nota daquela organização foi assinada pelo chefe da Direcção das Forças Especiais da FAC, tenente-general João Cruz Mavinga Lúcifer.

O Governo de Angola não reagiu.

Entretanto, o comandante da Região Militar Cabinda (RMC), tenente-general Tukikebi dos Santos “Chinês”, considerou estável a situação político-militar da província, no norte do país.

“A situação na região é calma e o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas pôde constatar ‘in-loco’ a vida e o normal funcionamento das forças na Região Militar Cabinda”, referiu o oficial das FAA, em Novembro de 2023, no final de um encontro com o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general de aviação, Altino dos Santos.

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