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Brasileiros e portugueses recordam Roberto Leal


Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, enaltece seu papel de promoção do país
Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, enaltece seu papel de promoção do país

Artistas e jornalistas brasileiros, bem como políticos portugueses lamentaram a morte do cantor português, radicado no Brasil há décadas, Roberto Leal, e que vai a enterrar nesta segunda-feira, 6, em São Paulo.

Ele morreu aos 67 anos devido a um melanoma maligno, contra o qual lutava há dois anos, e que atingiu o fígado e causou um forte síndrome de insuficiência hepato-renal.

“Embaixador da cultura popular portuguesa”, foi como a conhecida cantora Fafá de Belém denominou Leal, enquanto o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escreveu “Roberto Leal vai deixar saudades, era português de nascimento e brasileiro de alma (...) Amava suas terras e tinha muitos admiradores em ambas".

O jornalista e crítico de arte da rede Globo, Artur Xexéo, lembrou que o mercado brasileiro teve essa tradição de receber bem cantores portugueses.

“Roberto Leal não buscava ser moderno, ia mais para o lado do folclore, se apresentava com trajes típicos e tinha um repertório com humor. Por isso, fazia tanto sucesso em programas populares”, acrescentou Xexéo, lembrando que, no enanto, “era bem diferente de outros cantores portugueses, que tinham sido bem recebidos aqui até a aparição dele, que investiam na canção romântica, principalmente o fado”.

Por seu lado, Miguel Falabella, actor e dramaturgo, disse à GloboNews que para a geração dele, Roberto Leal foi a descoberta de Portugal.

“Ele trouxe essa música popular, essa alegria “...) nós não associávamos Portugal a esse tipo de imagem, ele foi muito importante nessa ponte. Portugal deixou de ser um sisudo, colonizador”, destacou Falabella.

Em Portugal, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa escreveu em comunicado que “recorda Roberto Leal com amizade, lembrando o seu papel junto das comunidades portuguesas, nomeadamente no Brasil, com ligação às suas raízes, durante várias décadas”.

A notícia da morte de Roberto Leal levou o Partido Socialista (PS) a cancelar as actividades de campanha para as legislativas previstas para hoje em São Paulo, onde estaria presente Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato ao círculo Fora da Europa.

O velório acontece na Casa de Portugal.

Em 45 anos de carreira, Roberto Leal vendeu cerca de 30 milhões de discos e gravou mais de 400 músicas, entre elas as conhecidas “Arrebita”,“Bate o pé” e “A festa ainda pode ser bonita”.

Casado há 45 anos com Márcia Lúcia, Roberto Leal deixa três filhos nascidos no Brasil e dois netos.

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