O ex-presidente Lula da Silva cobra dos chefes de estados latino-americanos uma reaproximação no continente e também uma proximidade maior com os países africanos em prol do desenvolvimento econômico, político e social.
Uma política externa mais efectiva, como ele próprio priorizou nos oito anos em que esteve à frente do governo brasileiro.
Mas essa realidade defendida pelo líder petista está bem distante por causa dos problemas estruturais nos governos locais, sobretudo no Brasil que passa por graves crises política e económica. Até mesmo a forma de governar da Presidente Dilma Rousseff, sucessora de Lula, tem sido diferente.
O cientista político Carlos Ranulfo entende que esse momento de dificuldades enfrentadas pelos países distancia ainda mais uma possível reaproximação entre os blocos da América do Sul e da África.
“Tem uma diferença entre Lula e Dilma. O Lula se empenhou pessoalmente na política externa brasileira. Ele conduziu um processo de aproximação com a África e com os países da América do Sul," disse Ranulfo.
O cientista explica que " o Lula fez o que o pessoal chama de diplomacia presidencial. Fernando Henrique Cardoso também já tinha feito isso, mas em outra direção, com os países do norte como os Estados Unidos (...) a Dilma tentou cuidar mais das questões internas enquanto o Lula fez uma intensa política externa”.
Apesar desse momento distante de uma possivel relação estreita entre americanos e africanos, Carlos Ranulfo acredita que uma possível aproximação pode ocorrer em breve, desde que a oposição não ganhe o governo no Brasil em 2018.
Ranulfo recorda que Dilma está com muitos problemas internos e não tem condições hoje de assumir nenhum protagonismo externo.
"Ela tem uma base no Congresso que não funciona além da grave crise política e económica. Ela tem que cuidar disso e não pode fazer a diplomacia presidencial que o ex-presidente Lula fez," disse Ranulfo.