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Manifestações podem estar a fortalecer posição da presidente brasileira, diz analista


O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abraça Dilma Rousseff
O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abraça Dilma Rousseff

A divisão nas fileiras do PMDB em deixar por completo ou permanecer no Governo Federal e as manifestações de rua a favor da presidente Dilma Rousseff acabam fortalecendo a governante brasileira para enfrentar o processo de impugnação.

Essa é a análise do cientista político Eduardo Martins, professor da Universidade Fumec.

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Martins diz que "na medida em que você tem essa mobilização social combinada com uma mobilização política nas instituições, notadamente na câmara dos deputados, nas assembleias legislativas e até de governadores de estados, a Presidente ganha força para fazer o enfrentamento de ordem política do impeachment".

O cientista explica que "existe uma outra discussão que é de ordem jurídica", através da qual o governo procura demonstrar que não há base legal para esse movimento político.

Martins também ressalta que é importante destacar que durante o processo de impeachment contra o ex-presidente Fernando Collor de Melo não havia movimento nas ruas em defesa dele.

“Acho que os contextos são bastante diferentes. O ex-presidente Collor era de um pequeno partido e tinha um crédito da sociedade no sentido de uma renovação nacional," afirma.

Em meio às saídas e chegadas na base governista surgem afirmações de que hoje na Câmara dos Deputados há mais parlamentares dispostos a retirar a Presidente do poder. A base petista nega essa informação com veemência. Martins acredita ser hoje uma disputa ideológica entre as bases.

Para Martins, “esse é um combate político ideológico e há também um combate de recomposição da base de governo. Na medida em que um partido maoritário anuncia que sai, o Governo tem que continuar o seu trabalho. E mais uma vez o PMDB que é o fiel da balança demonstra-se dividido por mais que tenha anunciado de maneira simbólica e sem votação a sua saída".

Perante o cenário, diz Martins, "falar que o Governo hoje tem tantos votos ou que a oposição junta com o PMDB tenha tantos votos pra mim é conversa fiada. Esse processo de impeachment será lento, gradual e onde se soma e se retira forças".

Quanto á medida tomada hoje pela Presidência de distribuir cargos deixados pelo PMDB para os partidos pequenos, Martins diz que " é uma boa estratégia para conseguir um resultado favorável para barrar o processo de impugnação".

Ele questiona: “Se ocorrer o impeachment e o vice-presidente Michel Temer assumir o Governo nós conseguiremos em dois anos e nove meses efetivamente estabilidade política?"

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