A Amnistia Internacional revelou que cerca de 400 civis nos Camarões e na Nigéria foram mortos em ataques suicidas efetuados pelo grupo militante islâmico Boko Haram desde Abril deste ano, mais do dobro do que nos anteriores cinco meses.
Um relatório divulgado, esta terça-feira, pelo grupo destaca que pelo menos 223 civis foram mortos pelo Boko Haram desde Abril, incluindo uma centena de civis durante o mês de Agosto.
O ataque que causou mais vítimas ocorreu a 25 de Julho, no estado de Borno, quando 45 pessoas foram mortas a tiro numa emboscada contra uma equipa de exploração de petróleo.
Nos Camarões, pelo menos 158 civis foram mortos, desde Abril, no decurso de 30 ataques suicidas, incluindo um à bomba numa sala de jogos de vídeo em Waza, a 12 de Julho, que causou 16 mortos.
A Amnistia acrescenta que o aumento de ataques nos Camarões pode ser devido ao deslocamento dos guerrilheiros do Boko Haram da floresta nigeriana do Sambisa, pelos militares nigerianos, para as montanhas camaronesas de Mandera.
A organização destaca que este número de mortes de civis nas duas nações da Africa Ocidental tem sido motivado pelo aumento no uso de bombistas suicidas – com frequência mulheres e raparigas que são obrigadas a transportar explosivos em áreas com concentração de pessoas.
O relatório sustenta que a violência do Boko Haram colocou milhões de civis da região do Lago Chade a necessitar de assistência humanitária.
Dois milhões e 300 mil pessoas foram deslocadas na Nigéria, nos Camarões, no Chade e no Níger, e mais de sete milhões enfrentam grande escassez de alimentos.