A polícia de Berlim dispersou neste sábado um protesto em massa na capital alemã contra as restrições ao coronavírus, poucas horas depois de ter começado, depois dos manifestantes não obedecerem às ordens de manter distância e usar máscaras.
O protesto ocorreu numa altura em que as infecções aumentam em toda a Europa, com protestos semelhantes durante o dia em Paris e em outros lugares.
"Infelizmente, não temos outra opção", disse a polícia de Berlim no Twitter: “Todas as medidas tomadas até agora não levaram ao cumprimento das condicionantes”.
Um porta-voz da polícia disse que os manifestantes dispersaram pacificamente, embora a polícia também tenha relatado no Twitter alguns distúrbios, como um incêndio em contentores de construção e estradas bloqueadas.
A polícia, que mobilizou três mil agentes para controlar multidões estimadas em 18 mil, preparou-se para uma possível violência, uma vez que ativistas contrários às medidas de prevenção do vírus pediam aos seguidores das redes sociais em toda a Europa que se armassem e se reunissem em Berlim.
No início desta semana, a cidade proibiu o protesto, mas um tribunal regional alemão deu o sinal verde final ao anular a decisão anterior.
Alemanha tem sido exemplo no controle do vírus
Ativistas, irritados com a tentativa da cidade de proibir o seu protesto depois que os manifestantes num comício anterior não usaram máscaras ou não mantiveram distância, inundaram a cidade com milhares de pedidos de protestos adicionais neste fim-de-semana.
Até agora, a Alemanha administrou a crise do coronavírus melhor do que muitos de seus homólogos europeus, com testes rigorosos ajudando a conter infecções e mortes.
Mas as novas infecções diárias aceleraram-se nas últimas semanas, como em grande parte do mundo.
Na sexta-feira, a chanceler Angela Merkel pediu aos cidadãos que mantenham a guarda contra o vírus.
“Este é um assunto sério, tão sério como sempre foi, e é preciso continuar a levá-lo a sério”, disse ela. Os manifestantes reuniram-se diante do Portão de Brandemburgo, no centro de Berlim, antes da marcha de sábado com cartazes dizendo "Parem com as mentiras sobre o corona" e "Merkel deve sair".
Cerca de duzentos ativistas anti-máscara realizaram um comício em Paris para protestar contra as medidas sanitárias com slogans como "Não à ditadura da saúde" e "Deixe nossos filhos respirar".