O plano de drenagem nas principais cidades da província angolana de Benguela, apresentado após a tragédia que provocou quase 100 mortos e milhares de desalojados no ano passado, continua sem financiamento.
A situação económica e financeira limita as autoridades locais, mas o momento, conforme se admite, é propenso a um cenário idêntico ao de Março de 2015.
Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta deveriam estar a beneficiar de uma empreitada que prevê o desassoreamento de valas, construção de diques de contenção e protecção de margens.
Não havendo os 360 milhões de dólares para as quatro cidades, Lobito, a que mais sofreu, opta por trabalhos paliativos nos seus quase 40 quilómetros de valas de drenagem.
O administrador municipal, Alberto Ngongo, ementrevista à Rádio Diocesana de Benguela, avisou já que chuvas na mesma proporção pode provocar os mesmos dissabores.
“Estamos a fazer o que nos foi aconselhado, tendo em conta a situação financeira. É algo ‘paliativo’, procedemos já à limpeza de 25 quilómetros, mas é bom lembrar que há teimosia de populares que insistem em viver em zonas de risco’’, assinalou, para mais adiante salientar que “muitas casas podem cair se chover com a mesma intensidade”.
Do Lobito ao Cubal, interior da província, onde as chuvas danificaram o complexo hídrico do Dungo, que alimenta o vale agrícola do Cavaco, o momento é de reparação dos estragos, segundo Alcino Natividade, contratado para o efeito.
“Foi uma reparação do dique que tinha rompido, em 15 dias úteis, para se ter mais água no rio Cavaco. Fala-se de uma intervenção mais definitiva, provavelmente no tempo seco’’, conclui.
A população temeenfrentar situação semelhante à do ano passado, frente à evidente falta de financiamento para obras de drenagem.