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Banco de Cabo Verde prevê crescimento para este ano inferior a 2016


Banco de Cabo Verde
Banco de Cabo Verde

Sector da construção civil recupera e investimentos privados aumentam

O Banco de Cabo Verde (BCV) prevê para 2017 um crescimento económico inferior aos 3,9 por cento registados no ano passado.

Esta projecção está no relatório de Estabilidade Financeira 2016, divulgado na quinta-feira, 22, na Praia, que também diz espera ruma redução de investimentos públicos neste ano.

"As previsões do Banco de Cabo Verde (BCV), embora realizadas numa conjuntura de incertezas, sugerem um nível da actividade económica em 2017 inferior ao registado no ano anterior, devendo o crescimento económico aproximar-se do limite inferior do intervalo 3,0 a 4,0 por cento", lê-se no relatório, que, no entanto, antevê um "aumento dos investimentos privados e da formação bruta de capital fixo privado, sustentada por projectos de investimento externo".

Os analistas do banco central cabo-verdiano estimam que o sector da construção civil deverá começar a sua recuperação e que os sectores de alojamento e restauração, da indústria transformadora e do comércio terão “desempenhos favoráveis".

“O défice comercial deverá aumentar tal como o défice corrente”, no entanto a balança de pagamentos deverá manter o superavit, “com o crescimento das reservas externas a garantir acima de seis meses de importações de bens e serviços”.

Quanto aos preços, o BCV estima que o nível de preços deverá manter-se contido, situando-se num intervalo entre zero e 1 por cento.

Ameaças

A maioria das instituições bancárias registou um aumento da solvência, com o fortalecimento da base de capital.

O BCV diz que "os resultados dos testes de stress permitiram, no entanto, a identificação de ameaças à solvabilidade das instituições, dada a existência de elevadas vulnerabilidades, em caso de materialização dos riscos de crédito, em especial, a exposição a um número reduzido de contrapartes pertencentes ao mesmo setor de atividade e em montantes elevados (concentração setorial).

O crédito, por seu lado, assinalou um crescimento de 3,2 por cento, ou seja, ao mesmo ritmo do observado no ano anterior, reafirmando a tendência de inversão ocorrida em 2014.

No que concerne ao crédito vencido, de modo geral, "reduziram ligeiramente os níveis de incumprimento, não obstante ainda manterem-se em patamares elevados - média de 15,5 por cento".

O relatório realça que "os bancos têm vindo a reforçar a cobertura das imparidades reconhecidas sobre o crédito com imparidade, tendo o rácio de cobertura fixado em 58,3 por cento contra 54,4 por cento em 2015".

"A previsão do crescimento do crédito à economia em torno 3 por cento, a necessidade de contínuo saneamento do balanço dos bancos, a melhoria da confiança dos agentes económicos e o cofinanciamento de empreendimentos turísticos de promotores estrangeiros, deverão favorecer a redução das restrições ao financiamento", conclui o relatório do banco central, lembrando haver uma conjuntura económica global relativamente estável.

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