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Autoridades de Angola e Cabo Verde "atentas" aos incidentes em bairro de Portugal


Lisboa, Portugal
Lisboa, Portugal

Moradores, na sua maioria de países africanos, e polícias entraram em confronto e tensão mantém alta

As autoridades de Angola e de Cabo Verde dizem estar a seguir a situação no bairro da Jamaica, no município de Seixal, em Portugal, onde se registam confrontos entre a polícia e moradores, na sua maioria de países africanos.

Informações da imprensa portuguesa adiantam que no domingo, 20, um desentendimento entre duas mulheres, que culminou com agressões, terá estado na base da chamada da polícia ao bairro da Jamaica, mas a situação acabou por gerar confrontos com os agentes da autoridade, que procuraram ferimentos ligeiros em seis pessoas, entre as quais um polícia.

O Comando Distrital de Setúbal da polícia disse que os agentes foram apedrejados ao chegarem ao bairro e decidiram deter um indivíduo, mas os familiares do suspeito terão tentado impedir a detenção.

A seguir, registaram confrontos que circulam nas redes sociais e que mostram a carga policial em algumas pessoas.

Nos vídeos, ouvem-se relatos a condenar a acção dos agentes, acusados de abuso de força e de agressões gratuitas, alegadamente ao pai e à mãe do suspeito.

Embaixada de Angola atenta

A Embaixada de Angola em Portugal anunciou estar atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no bairro da Jamaica, no Seixal e apela os cidadãos angolanos a que “se abstenham de acções negativas”.

A representação diplomática de Luanda acrescenta que as imagens divulgadas nas redes sociais, sobre o incidente, foram acompanhadas de “apelos à exacerbação dos ânimos e atitudes incontidas e de intolerância de vária índole”

No comunicado divulgado lê-se que “o Consulado Geral de Angola em Lisboa, deslocou-se de imediato ao local e prestou o apoio consular aos membros da família nos termos da lei e das suas atribuições, inclusive junto das instâncias policiais e judiciais portuguesas, no âmbito das quais foram e estão a ser feitas as averiguações necessárias e apuradas as devidas responsabilidades”.

A Embaixada disse reprovar os actos de violência, assegurou que vai denunciar “quaisquer tentativas de aproveitamento ou a intenção de ligação desses desacatos que põem em causa a tranquilidade e ordem pública” e apelou aos “cidadãos angolanos a assumir uma atitude de serenidade e civismo, respeitando as leias e a ordem pública do país de acolhimento”.

Por seu lado, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse na terça-feira, 21, estar à procura de "informações concretas" sobre os incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica, Portugal, onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana.

Na segunda-feira, 21, cerca de duas centenas de moradores do Bairro da Jamaica protestarem em Lisboa contra a actuação policial.

Quatro destas pessoas acabaram detidas pelo apedrejamento de elementos da PSP, durante o protesto, em frente ao Ministério da Administração Interna, para dizer "basta" à violência policial e “abaixo o racismo”.

O Ministério Público português abriu um inquérito aos incidentes no bairro da Jamaica e a polícia instaurou um inquérito para “averiguação interna” sobre a “intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam”.

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